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Tenho visto muita gente se cobrando de fazer um pouco mais, ou se sentindo inadequadas por não parecerem cuidar o suficiente, ou não serem tão boas quanto outras pessoas que vê ao redor demonstram ser. Nesses tempos de pandemia então, parece ter aumentado ainda mais esse senso de inadequação, bem como a cobrança por ação. Afinal, se tem tanta gente se adaptando e fazendo até mais, por que eu também não estou dando mais de mim?

Oops text on wooden blocks.

Tem horas que essa ânsia por mudança, melhoria, transformação, que é super saudável e necessária para continuarmos crescendo enquanto indivíduos, revela seu lado sobra e se opressora. Ela deixa de ser um impulso e convite e se transforma num peso que paralisa e nos leva para baixo.

Nesses momentos, cada vez mais tenho percebido que é fundamental parar e respirar fundo. Bem fundo. E então, nos permitirmos sentir nossas impotências e limitações. Viver o luto dessas impotências.

Bem sei que é duro, e difícil, se permitir estar nesse lugar. E que a tendência é negar esse momento e colocar sobre si um pouco mais de pressão e inadequação, com a melhor das intenções, dizendo: “que isso, sai daí, você consegue. Não pode ficar desse jeito não”. Afinal, permitir-se estar num lugar de impotência pode parecer que estamos jogando a toalha. Desistindo. Entregando a batalha.

Mas, cuidado. Onde está escrito que viver o luto de não conseguir fazer mais, significa que não podemos continuar caminhando e crescendo, sendo melhores amanhã?

Onde está escrito que viver esse luto significa que nunca mais sairemos dele?

We condemned our words. Pictoman’s communication messages. On blue background.

Ah! Já sei. Talvez algumas crenças que estão tão incutidas em nós, que sequer percebemos seu impacto em nosso bem-estar. Crenças essas que se manifestam através de conhecidas frases como “Você precisa ser forte”, “O mundo não tem lugar para os fracos”, “Treine enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham”, dentre muitas outras.

Você se pauta por alguma dessas que citei? Ou alguma outra que sussurra (ou grita) em seus ouvidos?

Veja que viver o luto da impotência e dificuldade diante da vida tal qual se apresenta é, tão somente, reconhecer nossa humanidade. Nossa necessidade de pausa, descanso. Desconectar do caos e adentrar a um pequeno espaço de calmaria. Respirar. Ser cuidado.

Depois de uma pausa, reconhecendo nossa humanidade, a gente volta a lida com a vida. Inteiros com quem somos. E, quem sabe, o reconhecimento de nossas limitações momentâneas nos traz algum aprendizado para, com mais sabedoria, lidar com os desafios da vida.

Aliás, extrair a última gota de suor e sangue tem sido um discurso impregnado numa lógica mecanicista de ver o mundo, onde todas e todos são recursos a serviço de algo ou alguém. Onde movimento e ação são valorizados, e pausa e descanso são perda de tempo.

Nascemos nesse momento de mundo onde a lógica mecanicista é super presente. Precisamos honrar o tanto de coisa bacana que tivemos acesso a partir dessa visão de mundo. Mas não precisamos ser tomados por ela, tampouco assumir que ela precisa perpetuar para todo sempre.

É tempo de mudarmos. E, para isso, precisamos lembrar que não precisamos dar conta de tudo. Que temos limites. Senão, sem percebermos, entramos em colapso. E, nessa hora, esgotou-se a última gota.

Permita-se parar essa semana. Fazer nada. Ser improdutivo. Jogar conversa fora. Conectar-se com algo que gostava na infância. Fazer algo que te dê prazer, sem culpa.

– Ah Sérgio, e o que isso tudo tem a ver com o mundo do trabalho e as empresas?

Imagina se cada indivíduo ali dentro permite-se perceber seus próprios limites, e falar sobre eles. Imagina se na cultura organizacional de uma empresa melhoria e acolhimento dos limites, caminhassem lado a lado?

Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/sergio-luciano/2020/10/14/permita-se-nao-dar-conta.htm

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“Dez vezes ao dia precisas rir e estar alegre, senão incomodar-te-á de noite o estômago, esse pai da aflição. “Esse trecho do livro “Assim falava Zaratustra”, escrito pelo filósofo Friederich Nietzsche no final do século 19, mostra como a relação entre as emoções e a saúde do corpo não é algo recente. A milenar medicina tradicional chinesa também diz que as doenças surgem quando há uma manifestação de desequilíbrio das energias Yin e Yang do corpo – que representariam um equilíbrio racional e emocional/intuitivo.

Glowing lines and spots encircling a human brain

A primeira vez que notei o quanto as minhas emoções podiam afetar todo o meu sistema nervoso, digestivo e imunológico foi em 2017. Na época, viajei com um amigo ao Deserto do Atacama, no Chile, para uma incursão até a Bolívia, onde encontraríamos o Salar de Uyuni. No dia de voltar a Santiago, comecei a me sentir mal no aeroporto. Fui ao banheiro algumas vezes com uma forte diarreia. Já no Chile, nada de melhorar – pelo contrário, a diarreia piorou e meu estômago doía muito.

Numa situação como essa, o pensamento mais comum (e foi o que veio à minha cabeça) é de intoxicação alimentar. Não é nada estranho pensar que eu estava mal por causa de algo que comi nos lugares em que passei – alguns precários, no meio do deserto. Porém, meu amigo comeu as mesmas coisas que eu e estava se sentindo ótimo – inclusive, conheceu muito mais Santiago do que eu, que estava “ocupado” no banheiro.

O fator que faltava para solucionar a equação era o meu estado emocional. Eu vinha passando por um duro término de relacionamento e, durante a viagem, minha ex-namorada e eu discutimos por telefone. Foi um período duro e melancólico que fez com que aproveitasse muito menos do que gostaria aquela incrível viagem.

Como as emoções podem afetar o intestino

Após a viagem à Bolívia, foram incontáveis os quadros de diarreia, azia, cólicas, dor de estômago e prisão de ventre ao longo dos anos. Após muito tempo sofrendo com o problema, procurei ajuda médica e descobri que tenho síndrome do intestino irritável, doença que tem ligação direta com nossas emoções.

Um estudo publicado no Centro Nacional de Informação Biotecnológica, nos EUA, analisou 4.763 participantes para entender a relação da síndrome com o equilíbrio da mente. Os pesquisadores constataram que os pacientes que sofriam com o problema no intestino tinham maiores taxas de ansiedade, sintomas de depressão e angústia do que quem não apresentava sintomas da síndrome intestinal.

Vector illustration – Brain Storm

Diferente de outras doenças no órgão, como colite ulcerosa e doença de Crohn, a síndrome do intestino irritável (SII) é considerada um distúrbio funcional – ou seja, não é causada por uma inflamação crônica, como as outras citadas. “Na SII, há uma disfunção que interrompe o movimento normal dos alimentos pelo trato gastrointestinal, causando os sintomas relacionados. O problema pode produzir sintomas diferentes em pessoas diferentes e acredita-se que múltiplos fatores físicos e psicológicos estejam envolvidos no seu desenvolvimento”, descreve Susan McQuilan, mestre em ciências e nutricionista, em seu artigo Ansiedade SII: Como os distúrbios digestivos afetam sua saúde mental.

As doenças chamadas de orgânicas são aquelas que apresentam alterações químicas, bioquímicas, infecciosas etc. – como dor de barriga por pedra na vesícula, úlceras, inflamações e câncer. Já as funcionais, como a síndrome do intestino irritável, apresentam alterações diferentes das orgânicas tradicionais, como problemas de motilidade do intestino (capacidade dos intestinos de realizarem movimentos peristálticos para expelir o bolo fecal), de sensibilidade, alterações de expressão dos neurotransmissores etc.

“Nós possuímos ‘scanners’ no nosso intestino que monitoram tudo que se passa dentro dele, como identificar as bactérias presentes, os tipos de alimento que se ingere e assim por diante. Quando esses receptores notam alguma alteração das bactérias intestinais, são estimulados e a informação é passada  para um nervo que leva o sinal até o cérebro, que filtrará a informação e mandará a resposta para o intestino, alterando a sensibilidade do órgão, secreções etc.”, explica Ricardo Barbute, gastroenterologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

“Esse eixo funciona de forma anômala em quem tem síndrome do intestino irritável, exemplo clássico de doença funcional. O cérebro vai interpretar as informações que vêm do intestino de forma diferente, com maior sensibilidade ao que acontece no intestino, então são gerados os sintomas do problema. E essa sensibilidade é ainda maior em que está deprimido, ansioso, cansado”, completa.

O que veio primeiro?

Barbute explica que, apesar de as alterações psicológicas e psiquiátricas serem comuns em quem sofre de síndrome do intestino irritável, elas não são as causadoras do problema. São as alterações genéticas que predispõem o aparecimento da SII. “As alterações psicológicas e psiquiátricas são comuns, mas elas não geram nem explicam os sintomas, apenas os modulam em quem sofre com síndrome do intestino irritável. Resumindo, ninguém tem a doença porque é estressado, mas sendo estressado, vai ter sintomas do problema de forma mais intensa e frequente.”

Luiz Scocca, psiquiatra do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e membro da APA (Associação Americana de Psiquiatria) complementa. “Não está totalmente claro como o estresse, a ansiedade e a síndrome do intestino irritável estão relacionados. O que os estudos mostram é que eles podem acontecer juntos com grande frequência – cerca de 60% dos pacientes com sintomas da síndrome também mostram ter um (ou mais) problema psiquiátrico”, fala o especialista.

Segundo ele, a relação estreita entre o sistema nervoso e o intestino acontece desde que as primeiras células do organismo são formadas, fazendo com que se comuniquem “para o bem e para o mal, sempre”. Também parece haver uma grande influência do sistema imunológico na síndrome, sendo que ele também é afetado por estresse e depressão. “É uma conexão inquestionável.”

Em busca de equilíbrio nutricional e emocional

Muitas pessoas afetadas pela síndrome do intestino irritável não procuram atendimento médico. “Aproximadamente 40% dos indivíduos que atendem aos critérios de diagnóstico da doença não têm um diagnóstico formal”, aponta Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês. A SII está associada ao aumento dos custos com assistência médica e é a segunda maior causa de absenteísmo no trabalho. “Nos Estados Unidos, ela é responsável por 25% a 50% de todos os encaminhamentos para gastroenterologistas”, completa Zilli.

Different emotions and feelings showing thru specific colors and line icons. Illustration is made from vectorised elements took from acrylic painting.02/

O problema está associado a outras condições, como fibromialgia, síndrome da fadiga crônica (também conhecida como doença de intolerância ao esforço sistêmico), doença do refluxo gastroesofágico, dispepsia funcional, dor no peito não cardíaca e distúrbios psiquiátricos, incluindo depressão, ansiedade e somatização. “O estresse emocional e as refeições podem agravar a dor. Pacientes com SII também relatam frequentemente inchaço abdominal e aumento da produção de gás na forma de flatulência ou arroto”, continua o médico do Hospital Sírio Libanês.

Sintomas nada agradáveis e que oferecem problemas não só em curto prazo, como para toda a vida – e que merecem atenção. Para o tratamento, é importante procurar um profissional e individualizar a estratégia nutricional, além diagnosticar deficiência de nutrientes.

Pacientes com SII podem se beneficiar da exclusão de alimentos conhecidos como FODMAPs – fontes de oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis. Entram nessa lista feijão, couve, trigo, brócolis, cebola, frutas e muitos outros alimentos. “Em alguns casos, também pode ser recomendado evitar a lactose e o glúten, como prevenção”, complementa Zilli.

Além disso, faz parte do processo de tratamento um olhar mais cuidadoso e profundo sobre o estado emocional. O paciente precisa buscar mudar alguns padrões de pensamento e entender as emoções e como controlá-las, por meio de terapias, consultas psiquiátricas, meditação, ioga, atividade física e tudo que ajuda a trazer bem-estar.

Para Scocca, essa é parte essencial do tratamento. “Não há como tratar o transtorno em longo prazo sem a combinação das mudanças de hábitos. O paciente necessitará de remédios de várias famílias – de antidepressivos a antibióticos, de fibras sintéticas a probióticos – mas terá que lidar com a ansiedade por meio de exercícios físicos leves e constantes, relaxamento, respiração, massagem, além de melhora da qualidade de vida.”

Segundo Barbute, mais de 70% dos pacientes com SII mostram melhora com uma dieta correta, baseada no baixo consumo de FODMAPs e com o tratamento dos sintomas psicológicos. Mas, em alguns casos, há necessidade de tratamento medicamentoso, como antispamóticos e antidepressivos.

“Os antidepressivos têm ação direta no intestino mexendo com a secreção de serotonina – 95% da serotonina do corpo está no intestino. Qualquer antidepressivo tem ação intestinal e normalmente usamos em doses menores do que as psiquiátricas.”

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/10/05/descobri-que-problemas-emocionais-eram-a-causa-dos-meus-piriris.htm

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A genética ou nossa experiência definem a extroversão ou a introversão? Ser tímido ou introvertido é a mesma coisa? Veja o que os especialistas já sabem.

A ideia de se enturmar em uma festa te tira a vontade de sair de casa? Ou só de pensar em fazer uma apresentação para uma sala cheia de pessoas te faz ficar angustiado dias antes deste evento de fato acontecer?

Se sim, então você não está sozinho.

Akindele Michael era um garoto tímido. Crescendo na Nigéria, ele passou muito tempo no interior da casa de seus pais. Estes, aliás, não são tímidos. Michael acredita que sua criação dentro de casa explica sua timidez. Ele está certo?

Está em parte, responde Thalia Eley, professora de genética do desenvolvimento e do comportamento no King’s College London.

“Pensamos na timidez como um traço de temperamento, e temperamento é uma espécie de precursor da personalidade”, explica.

“Quando crianças muito pequenas começam a se envolver com outras pessoas, você percebe uma variação no conforto que sentem ao falar com um adulto desconhecido.”

Eley diz que apenas cerca de 30% da timidez como característica se deve à genética; o resto vem como uma resposta ao entorno.

A maior parte do que sabemos sobre a genética da timidez vem de estudos que comparam esta característica em gêmeos idênticos – cópias genéticas perfeitas um do outro – com gêmeos não-idênticos – que compartilham apenas metade dos mesmos genes.

Na última década, cientistas como Eley começaram a examinar o DNA em si para tentar encontrar variantes genéticas que possam afetar a personalidade e a saúde mental.

Cada variante genética individual tem um efeito minúsculo, mas quando você considera as milhares de combinações possíveis, o impacto começa a ser mais perceptível. Mesmo assim, a influência dos genes na timidez não pode ser tomada isoladamente.

gettyimages-sb10068645a-001-2048x2048“Não haverá um, dez ou cem genes envolvidos. Haverá milhares”, diz Eley. “Então, se você pensar em todo o genoma de ambos os pais [de uma criança], existem centenas de milhares de variantes genéticas relevantes”.

Assim, o ambiente é quase mais importante para desenvolver esses tipos de características, ela diz. E uma das coisas interessantes sobre genética é que isso leva a nos conectar com aspectos do ambiente que correspondem às nossas predisposições reais.

Por exemplo, uma criança tímida pode ser mais propensa a se isolar em um playground e assistir aos outros em vez de se envolver. Isso faz com que crianças assim se sintam mais confortáveis estando sozinhas, porque isso se torna sua experiência recorrente.

“Não é que seja um ou outro: são ambos [genética e ambiente] trabalhando juntos”, diz a pesquisadora. “É um sistema dinâmico. E por causa disso, é sempre possível mudá-lo através de terapias psicológicas.”

A timidez é necessariamente uma coisa ruim?

Chloe Foster, psicóloga clínica do Centro de transtornos de Ansiedade e Trauma em Londres, diz que a timidez em si é bastante comum, normal e não causa problemas – a menos que se transforme em uma ansiedade social maior.

Foster diz que as pessoas que trata buscam ajuda quando “estão começando a evitar coisas que precisam fazer”, como falar com outras no trabalho, socializar ou estar em uma situação em que acham que serão julgadas.

Por sua parte, Eley acredita que pode haver razões evolucionárias para as pessoas desenvolverem traços de personalidade tímidos.

gettyimages-1044207352-2048x2048“Era útil ter pessoas do grupo lá fora, explorando e participando de novas comunidades; mas também era útil ter pessoas mais avessas ao risco, conscientes das ameaças. Estas faziam um trabalho melhor protegendo os filhotes jovens, por exemplo”.

A pesquisadora avalia que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a mais eficaz para pessoas com timidez e ansiedade social. Essa terapia, baseada em evidências, funciona tentando mudar padrões de pensamento e comportamento.

A TCC ajuda, por exemplo, a identificar pensamentos negativos ou comportamentos que acreditamos nos ajudar, mas na verdade podem estar gerando mais ansiedade social – como ensaiar com antecedência uma fala ou evitar o contato visual.

Às vezes, o problema é que pessoas tímidas que sofrem com situações como falar em público muitas vezes estabelecem padrões muito elevados para como essas situações devem se desenrolar, explica Foster.

“Elas podem achar que não podem tropeçar nas palavras… ou que têm que ser tão interessantes que todos devem ficar totalmente fascinados no que estão dizendo o tempo todo.”

Se estas pessoas fossem capazes de aliviar um pouco da pressão sobre si mesmos, de fazer curtas pausas para respirar, a ansiedade pode ser um pouco aliviada.

Outra coisa que pode ajudar é se concentrar externamente no que está acontecendo ao redor, em vez de internamente em como a ansiedade está fazendo você se sentir fisicamente. Concentrar-se no público, em vez de em si mesmo, pode contribuir.

Desafiar-se a estar mais aberto a novas situações também pode ajudar: “Quanto mais você puder se envolver em situações sociais, mais confiante ficará. Mas lembre-se de abordar estas situações sociais de uma maneira nova também”.

Ou seja: é importante mudar o script (roteiro). Pergunte a si mesmo o que mais teme sobre situações sociais. Você está preocupado em parecer chato? Ou ficar sem coisas para dizer? Quanto mais você conhecer sua ansiedade, mais poderá começar a desafiá-la.

A young man sitting on a rock overlooking Peyto Lake.

Qual é a diferença entre timidez e introversão?

Jessie Sun, doutoranda na Universidade da Califórnia em Davis que pesquisa a psicologia por trás da personalidade, destaca que a timidez e a introversão não são a mesma coisa.

Enquanto para muitas pessoas a introversão tem a ver com o interesse em explorar pensamentos, para os psicólogos ela faz parte de uma dimensão da personalidade: a abertura a experiências.

Pessoas tímidas são comumente introvertidas, mas elas também podem ser extrovertidas cuja ansiedade atrapalhou a sociabilidade. E os introvertidos não-tímidos podem ser socialmente hábeis, mas que preferem a própria companhia.

Sun diz que “a personalidade é consistentemente um dos mais fortes indicadores da felicidade, e a extroversão tem associações especialmente consistentes com o bem-estar”.

“As pessoas que são extrovertidas tendem a experimentar mais sentimentos de entusiasmo e alegria, enquanto as introvertidas tendem a sentir essas coisas com menos frequência”, explica.

Mas os introvertidos poderiam absorver um pouco dessa alegria e entusiasmo simplesmente agindo de forma extrovertida?

Sun e seus colegas fizeram um experimento. Eles pediram para as pessoas agirem com extroversão por uma semana inteira – um tempo demorado para quem é tímido.

“Pedimos a elas que agissem de forma ousada, falante, ativa e assertiva o máximo possível”, lembra.

A equipe descobriu que, para pessoas normalmente extrovertidas, agir consistentemente desse jeito ao longo de uma semana significou que elas experimentaram mais emoções positivas e se sentiram mais “autênticas”.

Mas as mais introvertidas não experimentaram essa “injeção” de emoções positivas. Aquelas extremamente introvertidas chegaram a se sentir cansadas e experimentaram mais emoções negativas.

“Eu acho que a principal lição é: provavelmente é demais pedir a pessoas introvertidas ou muito tímidas que ajam de forma extrovertida por uma semana inteira. Mas elas podem considerar ‘atuar’ extrovertidamente em algumas poucas ocasiões”, diz Sun.

Personal perspective of a woman, feet with socks on and legs extended.

E a cultura?

Vimos como o ambiente desempenha um papel importante no fato de sermos tímidos ou não. Mas a cultua também pode influenciar?

Diz-se que os Estados Unidos valorizam o comportamento confiante e extrovertido em detrimento da introversão, enquanto estudos descobriram que em partes da Ásia, como no Japão e na China, é mais desejável ser quieto e reservado.

Atitudes em relação ao contato visual também variam enormemente de país para país.

Kris Rugsaken, professor aposentado de estudos asiáticos na Ball State University, diz que “enquanto um bom contato visual é esperado e valorizado no Ocidente, é visto como sinal de desrespeito e desafio em outras culturas, incluindo asiáticas e africanas”.

“Quanto menos contato visual esses grupos tiverem com um indivíduo, mais respeito eles demonstram.”

Apesar dessas diferenças culturais, Sun diz que a pesquisa parece mostrar que os extrovertidos tendem a ser mais felizes mesmo nos países onde a introversão é mais respeitada, mas o grau de felicidade é menos acentuado nesses lugares.

Assim, embora a pesquisa sugira que os extrovertidos acabam sendo mais felizes onde quer que estejam no mundo, ser introvertido não é necessariamente negativo – assim como ser extrovertido nem sempre é positivo.

“Não pense na introversão como algo a ser curado”, escreve Susan Cain em seu livro O poder dos quietos. “Há uma correlação zero entre ser o mais falante e ter as melhores ideias”.

Fonte: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/viva-voce/noticia/2019/08/13/a-ciencia-por-tras-da-timidez.ghtml

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Se sim, então você não está sozinho.

Akindele Michael era um garoto tímido. Crescendo na Nigéria, ele passou muito tempo no interior da casa de seus pais. Estes, aliás, não são tímidos. Michael acredita que sua criação dentro de casa explica sua timidez. Ele está certo?

Está em parte, responde Thalia Eley, professora de genética do desenvolvimento e do comportamento no King’s College London.

“Pensamos na timidez como um traço de temperamento, e temperamento é uma espécie de precursor da personalidade”, explica. “Quando crianças muito pequenas começam a se envolver com outras pessoas, você percebe uma variação no conforto que sentem ao falar com um adulto desconhecido.”

Eley diz que apenas cerca de 30% da timidez como característica se deve à genética; o resto vem como uma resposta ao entorno.

A maior parte do que sabemos sobre a genética da timidez vem de estudos que compararam esta característica em gêmeos idênticos – cópias genéticas perfeitas um do outro – com gêmeos não-idênticos –  que compartilham apenas metade dos mesmos genes.

Na última década, cientistas como Eley começaram a examinar o DNA em si para tentar encontrar variantes genéticas que possam afetar a personalidade e a saúde mental.

Cada variante genética individual tem um efeito minúsculo, mas quando você considera as milhares de combinações possíveis, o impacto começa a ser mais perceptível. Mesmo assim, a influência dos genes na timidez não pode ser tomada isoladamente.

“Não haverá um, dez ou cem genes envolvidos. Haverá milhares”, diz Eley. “Então, se você pensar em todo o genoma de ambos os pais [de uma criança], existem centenas de milhares de variantes genéticas relevantes”.

Assim, o ambiente é quase mais importante para desenvolver esses tipos de características, ela diz. E uma das coisas interessantes sobre genética é que isso nos leva a nos conectar com aspectos do ambiente que correspondem às nossas predisposições reais.

He does not want to be recognized so he puts a bag on his head.Por exemplo, uma criança tímida pode ser mais propensa a se isolar em um playground e assistir aos outros em vez de se envolver. Isso faz com que crianças assim se sintam mais confortáveis estando sozinhas, porque isso se torna sua experiência recorrente. “Não é que seja um ou outro: são ambos [genética e ambiente] trabalhando juntos”, diz a pesquisadora. “É um sistema dinâmico. E por causa disso, é sempre possível muda-lo através de terapias psicológicas.”

A timidez é necessariamente uma coisa ruim?

Chloe Foster, psicóloga clínica do Centro de Transtornos de Ansiedade e Trauma em Londres, diz que a timidez em si é bastante comum, normal e não causa problemas – a menos que se transforme em uma ansiedade social maior.

Foster diz que as pessoas que trata buscam ajuda quando “estão começando a evitar coisas que precisam fazer”, como falar com outras no trabalho, socializar ou estar em uma situação em que acham que serão julgadas.

Eley acredita que pode haver razões evolucionárias para as pessoas desenvolverem traços de personalidade tímidos.

“Era útil ter pessoas do grupo lá fora, explorando e participando de novas comunidades; mas também era útil ter pessoas mais avessas ao risco, conscientes das ameaças. Estas faziam um trabalho melhor protegendo os filhotes jovens, por exemplo”, diz Eley.

A pesquisadora avalia que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a mais eficaz para pessoas com timidez e ansiedade social. Essa terapia, baseada em evidências, funciona tentando mudar padrões de pensamento e comportamento.

A TCC ajuda, por exemplo, a identificar pensamentos negativos ou comportamentos que acreditamos nos ajudar, mas na verdade podem estar gerando mais ansiedade social – como ensaiar com antecedência uma fala ou evitar o contato visual.

Às vezes, o problema é que pessoas tímidas que sofrem com situações como falar em público muitas vezes estabelecem padrões muito elevados para como essas situações devem se desenrolar, explica Foster.

“Elas podem achar que não podem tropeçar nas palavras… ou que têm que ser tão interessantes que todos devem ficar totalmente fascinados no que estão dizendo o tempo todo.”

Se estas pessoas forem capazes de aliviar um pouco da pressão sobre si mesmos, de fazer curtas pausas para respirar, a ansiedade pode ser um pouco aliviada.

Outra coisa que pode ajudar é se concentrar externamente no que está acontecendo ao redor, em vez de internamente em como a ansiedade está fazendo você se sentir fisicamente. Concentrar-se no público, em vez de em si mesmo, pode contribuir.

Desafiar-se a estar mais aberto a novas situações também pode ajudar: “Quanto mais você puder se envolver em situações sociais, mais confiante ficará. Mas lembre-se de abordar estas situações sociais de uma maneira nova também”.

Ou seja: é importante mudar o script (roteiro) Pergunte a si mesmo o que mais teme sobre situações sociais. Você está preocupado em parecer chato? Ou ficar sem coisas para dizer? Quanto mais você conhecer sua ansiedade, mais poderá começar a desafiá-la.

Qual a diferença entre timidez e introversão?

Jessie Sun, doutoranda na Universidade da Califórnia em Davis que pesquisa a psicologia por trás da personalidade, destaca que a timidez e a introversão não são a mesma coisa.

Enquanto para muitas pessoas a introversão tem a ver com o interesse em explorar pensamentos, para os psicólogos ela faz parte de uma dimensão diferente da personalidade: a abertura a experiências.

Pessoas tímidas são comumente introvertidas, mas elas também podem ser extrovertidos cuja ansiedade atrapalhou a sociabilidade. E os introvertidos não-tímidos podem ser socialmente hábeis, mas que preferem a própria companhia.

Sun diz que “a personalidade é consistentemente um dos mais fortes indicadores da felicidade, e a extroversão tem associações especialmente consistentes com o bem-estar”.

“As pessoas que são extrovertidas tendem a experimentar mais sentimentos de entusiasmo e alegria, enquanto as introvertidas tendem a sentir essas coisas com menos frequência”, explica.

Mas os introvertidos poderiam absorver um pouco dessa alegria e entusiasmo simplesmente agindo de forma extrovertida?

Sun e seus colegas fizeram um experimento. Eles pediram para as pessoas agirem com extroversão por uma semana inteira – um tempo demorado para quem é tímido.

“Pedimos a elas que agissem de forma ousada, falante, ativa e assertiva o máximo possível”, lembra.

A equipe descobriu que, para pessoas normalmente extrovertidas, agir consistentemente desse jeito ao longo de uma semana significou que elas experimentaram mais emoções positivas e se sentiram mais “autênticas”.

Ezra BaileyMas as mais introvertidas não experimentaram essa “injeção” de emoções positivas. Aquelas extremamente introvertidas chegaram a se sentir cansadas e experimentaram mais emoções negativas.

“Eu acho que a principal lição é: provavelmente é demais pedir a pessoas introvertidas ou muito tímidas que ajam de forma extrovertida por uma semana inteira. Mas elas podem considerar ‘atuar’ extrovertidamente em algumas poucas ocasiões”, diz Sun.

E a cultura?

Vimos como o ambiente desempenha um papel importante no fato de sermos tímidos ou não. Mas a cultura também pode influenciar?

Diz-se que os Estados Unidos valorizam o comportamento confiante e extrovertido em detrimento da introversão, enquanto estudos descobriram que em partes da Ásia, como no Japão e na China, é mais desejável ser quieto e reservado.

Atitudes em relação ao contato visual também variam enormemente de país para país.

Kris Rugsaken, professor aposentado de estudos asiáticos na Ball State University, diz que “enquanto um bom contato visual é esperado e valorizado no Ocidente, é visto como sinal de desrespeito e desafio em outras culturas, incluindo asiáticas e africanas”.

“Quanto menos contato visual esses grupos tiverem com um indivíduo, mais respeito eles demonstram.”

Apesar dessas diferenças culturais, Sun fiz que a pesquisa parece mostrar que os extrovertidos tendem a ser mais felizes mesmo nos países onde a introversão é mais respeitada, mas o grau de felicidade é menos acentuado nesses lugares.

Assim, embora a pesquisa sugira que os extrovertidos acabam sendo mais felizes onde quer que estejam no mundo, ser introvertido não é necessariamente negativo – assim como ser extrovertido nem sempre é positivo.

“Não pense na introversão como algo a ser curado”, escreve Susan Cain em seu livro O poder dos quietos. “Há uma correlação zero entre ser o mais falante e ter as melhores ideias”.

Este artigo foi adaptado de ‘Why am I shy?’, um episódio do programa radiofônico CrowdScience, do serviço mundial da BBC, apresentado por Datshiane Navanayagam e produzido por Cathy Edwards.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-49326295

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Quando Ana Baquedano tinha 16 anos, um ex-namorado compartilhou na internet, sem consentimento, uma foto dela nua.

_106458463_b8d1909e-585b-4067-a65d-585d83ad7092“Depois da minha formatura, um amigo me perguntou: ‘você mandou uma foto nua para alguém?’ Contei para ele, e fiquei sabendo que as pessoas estavam compartilhando. Todos os meus medos se tornaram realidade”, relata a jovem mexicana à BBC.

Em pouco tempo, a foto viralizou nas redes sociais – e Baquedano sentiu vergonha e culpa. A imagem assombrava a jovem por todos os lados – e ela chegou a achar que seria impossível escapar dos olhares e comentários maldosos.

Anos depois, Baquedano enfrenta essa situação de uma maneira diferente.

Apesar da pressão social e do estigma associado a esse tipo de foto, a jovem, que atualmente estuda psicologia, conseguiu superar seus próprios traumas e se tornou ativista contra o chamado “pornô de vingança”.

Sua campanha para impedir a prática deu origem a uma lei no Estado mexicano de Yucatán – onde ela nasceu -, aprovada em maio do ano passado. A nova legislação prevê pena de prisão para quem divulgar ou ameaçar disseminar imagens eróticas, sexuais ou pornográficas obtidas com ou sem o consentimento da outra pessoa.

Além de Yucatán, outros estados mexicanos – como o Estado do México, Chihuahua, Jalisco, Querétaro e Puebla – contam com lei semelhante.

O caminho percorrido, no entanto, não foi fácil. Baquedano contou ao programa de rádio Outlook, da BBC, como descobriu que foi vítima de “pornô de vingança” e como mudou sua atitude em relação ao ocorrido.

Medo

“Nós éramos muito unidos, íamos a festas, aniversários… Eu conhecia ele desde criança e de alguma forma nos entendíamos e nos apoiávamos. Nesse sentido, era uma relação bonita”, recorda.

Em determinado momento do relacionamento, ela e o namorado trocaram fotos eróticas com a condição de que apagariam as imagens após recebe-las.

“Era uma selfie nua da cintura para cima, que dá para ver muito claramente que sou eu”, diz ela, acrescentando que cumpriu no mesmo dia com sua parte do acordo.

A depressed woman sitting alone is a dark tunnel with light at the other end.

Tempos depois, quando terminou o relacionamento, Baquedano descobriu que o ex-namorado não havia apagado essa foto.

“Ele estava muito irritado e lembro que comecei a pensar que ele talvez não tivesse apagado a foto. Como não tinha certeza, decidi ligar e perguntar. A reação dele foi ficar em silêncio e desligar o telefone. Acho que nunca senti tanto medo na vida.”

“Eu me perguntava o que aconteceria se ele decidisse compartilhar a foto… Minha família naquela época era muito conservadora, achei que me expulsariam de casa, que meus amigos deixariam de gostar de mim e que seria expulsa da escola. Não contei a ninguém. Passei por tudo isso sozinha”, acrescenta.

O ‘inferno’ da universidade

Em 2013, ao entrar na universidade, Baquedano achou que todas as fofocas e medos ficariam para trás. No entanto, as repercussões da publicação da foto a acompanharam.

“Uma amiga me disse que uma garota que estudava com ela havia compartilhado a foto, que todo mundo tinha (a foto) em seus telefones e estava falando sobre isso. Foi cruel, senti muito medo. Lembro disso agora e ainda me dá medo”, diz.

“Ir para a universidade virou um inferno. Era como se 2 mil pessoas tivessem visto a foto. Era como se todo mundo quisesse que eu soubesse que tinha visto (…). Quando eu entrava na cafeteria, ficava um silêncio, e as pessoas começavam a murmurar. Escreviam comentários obscenos sobre a foto, sobre mim e sobre o que queriam ver mais”, acrescenta.

Ela foi reconhecida até mesmo quando estava de férias na ilha de Holbox, em Yucatán, para onde viajou na tentativa de buscar tranquilidade e passar despercebida.

“Algumas pessoas se aproximaram de mim e me disseram: ‘Você é a pessoa na foto. Um amigo me enviou…’ Eu estava em choque e não sabia o que dizer. Meus amigos, tampouco. Por fim, eu disse que sim, que era a menina na foto. Eles riram e foram embora”, relembra.

Mudança radical de estratégia

Baquedano percebeu, portanto, que não tinha como escapar e decidiu mudar de estratégia. Em vez de se envergonhar e tentar esconder o problema, resolveu falar sobre o assunto.

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Apesar do seu receio, sua mãe reagiu positivamente e deu apoio.

“Decidi ser a pessoa que contaria minha história, antes que alguém se aproximasse e dissesse que minha foto estava circulando por aí (…) Me senti tão poderosa e feliz que senti a necessidade de contar… Cada vez que eu contava, a história ficava menor…”, analisa.

Pouco a pouco, Baquedano, que virou colaboradora de um programa de conscientização do governo de Yucatán, começou a compartilhar sua história em público: em escolas, jornais, debates…

“Foi difícil, mas percebi que, se iria falar sobre isso e ter o privilégio de ser ouvida, teria de fazer isso com muita responsabilidade. A primeira coisa foi não me envergonhar.”

Luta contra um vácuo legal

O trabalho como ativista permitiu a ela conhecer histórias de outras jovens que estavam passando pela mesma situação.

“Elas vieram até mim e disseram que tinham tentado denunciar seus agressores, e as autoridades disseram que não, que não era um crime, que não era uma infração”, sinaliza.

Diante deste cenário, Baquedano teve a ideia de promover uma lei que regulamentasse o uso não autorizado de imagens íntimas de outras pessoas em seu Estado. Para isso, se juntou a um grupo de advogados e continuou falando sobre seu caso em público.

Em maio de 2018, seu trabalho foi recompensado. O projeto de lei que ela havia elaborado foi aprovado pelo Parlamento de Yucatán.

Hacker Hacker using phone at darkO último passo

“Foi muito emocionante. Comecei a chorar e não conseguia parar. Foi terrível porque havia muita gente da imprensa tirando fotos de mim, e eu não parava de chorar”, diz ela.

O silêncio das vítimas é uma das razões para o desconhecimento a respeito deste fenômeno. Enquanto isso, o número de vítimas aumenta.

Apenas no México, pelo menos 9 milhões de mulheres foram vítimas de cyberbullying – um tipo de assédio que inclui “pornô de vingança”, entre outras práticas -, segundo dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatísticas.

Baquedano fundou a Consentimento Digital A. C., sua própria associação para defender vítimas de “pornô de vingança” e denunciar a prática.

No início de 2019, ela deu mais um passo para dar visibilidade à sua história ao publicar a foto em que aparece nua em suas próprias redes sociais.

“Acho que a foto significa algo diferente pra mim agora. Quero que as pessoas vejam que houve um momento na minha vida em que eu me mataria para que as pessoas não vissem aquela imagem. Para mim, aquilo valia mais do que minha própria vida.”

“Acredito que essa é uma mensagem muito poderosa, especialmente para meninas e meninos jovens. Decidi publicar a foto, e as pessoas reagiram de uma maneira maravilhosa, muitas garotas que estavam passando pela mesma coisa se sentiram confortadas. Mostrei que não é o fim do mundo que alguém te veja sem roupa. Não é uma questão de vida ou morte”, conclui.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-47945973

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874016890Com alguma relutância, eu consigo ser sociável. Às vezes, fico secretamente aliviada quando planos para eventos sociais são cancelados. Fico nervosa depois de algumas horas socializando. Uma vez, eu até fui em um retiro silencioso de meditação por dez dias de graça – não pela meditação, mas pelo silêncio.

Então, eu me identifico com a escritora Anneli Rufus, que escreveu o seguinte na obra Festa de Um: O Manifesto dos Solitários: “Quando pais punem seus filhos em programas de TV os mandando ir para o quarto, eu ficava confusa. Eu amava meu quarto. Ficar trancada lá era um presente. Para mim, uma punição era ser obrigada a jogar com meu primo Louis”.

Características antissociais como essas geralmente estão longe de serem consideradas ideais. Muitas pesquisas mostram os problemas do isolamento social, considerado um problema sério de saúde pública em países com populações que estão envelhecendo rapidamente.

No Reino Unido, o Colégio Real de Médicos Gerais diz que a solidão apresenta um risco de morte prematura do mesmo nível que a diabetes. Conexões sociais fortes são importantes para o funcionamento cognitivo, função motora e um sistema imune funcionando bem.

Isso é especialmente evidente em casos de isolamento social extremo. Exemplos de pessoas presas em cativeiro, crianças isoladas em orfanatos abusivos e presos mantidos em solitárias, todos mostram como a solidão prolongada pode levar a alucinações e outras formas de instabilidade mental.

Mas esses são casos severos e involuntários. Para nós que apenas preferimos ter bastante tempo a sós, pesquisas recentes sugerem boas notícias: há benefícios em ser recluso, tanto para nossas vidas profissionais quanto para nosso bem-estar.

184313912Espaço criativo

Um benefício chave é mais criatividade. Gregory Feist, especialista em psicologia da criatividade na Universidade Estatal da Califórnia em San Jose, definiu a criatividade como pensar ou agir com dois elementos-chave: originalidade e utilidade.

Ele descobriu que traços de personalidade comumente associados com criatividade são abertura (receptividade a novos pensamentos e experiências), auto eficácia (confiança) e autonomia (independência) – tudo inclui uma “falta de preocupação com normas sociais” e “uma preferência por ficar a sós”.

Aliás, a pesquisa de Feist com artistas e cientistas mostra que uma das principais características das pessoas criativas é seu interesse menor na socialização.

Um motivo para isso é que essas pessoas tendem a passar muito tempo sozinhas trabalhando em suas criações. Além disso, diz Feist, muitos artistas estão tentando entender seu mundo interno e muitas das experiências internas pessoais que eles tentam expressar e significar através da sua arte”. A solidão permite a reflexão e a observação necessárias para esse processo criativo.

Uma recente defesa dessas ideias partiu da psicóloga da Universidade de Buffalo Julie Bowker, que pesquisa distanciamento social. O afastamento social geralmente é dividido em três categorias: timidez causada por medo ou ansiedade, fuga devido a um desgosto pela socialização e insociabilidade devido a uma preferência pela solidão.

Um estudo publicado por Bowker e seus colegas foi o primeiro a mostrar que um tipo de distanciamento social poderia ter um efeito positivo – eles descobriram que a criatividade estava ligada especificamente à insociabilidade. Eles também descobriram que a insociabilidade não tinha relação com agressão (e sim timidez e fuga).

Isso é importante porque, enquanto pesquisas anteriores sugeriram que insociabilidade poderia não causar danos, Bowker e seus colegas mostraram que pode ser até benéfico. Pessoas antissociais tendem a ter “apenas o suficiente de interação”, diz Bowker. “Elas preferem ficar sozinhas, mas também não se importam em ficar com os outros.”

Há uma variação de gênero e cultura, é claro. Por exemplo, algumas pesquisas sugerem que crianças antissociais na China têm mais problemas interpessoais e acadêmicos que crianças antissociais no Ocidente. Bowker diz que essas diferenças estão diminuindo conforme o mundo se torna mais globalizado. Ainda assim, parece que a solidão é importante para mais coisas além da criatividade.

Foco interno

750415311Acredita-se que líderes precisam ser gregários. Mas isso depende, entre outros fatores, das personalidades de seus empresários. Um estudo de 2011 mostrou que em restaurantes de uma rede de pizzarias na qual os funcionários eram mais passivos, chefes extrovertidos eram associados a lucros mais altos. Mas os que tinham funcionários mais proativos, líderes introvertidos eram mais eficientes.

Uma razão para isso é que pessoas introvertidas têm uma tendência menor de se sentir ameaçadas por personalidades fortes e sugestões. Elas também têm uma tendência maior a ouvir.

Desde os tempos mais antigos, as pessoas sabem que há uma ligação entre isolamento e foco mental. Afinal de contas, culturas com tradições de ermitões religiosos acreditam que a solidão é importante para alcançar a iluminação.

Pesquisas recentes nos deram um entendimento melhor da razão para isso. Um benefício da insociabilidade é que o estado do cérebro de descanso das atividades mentais, o que caminha de mãos dadas com a quietude de ficar só. Quando outra pessoa está junto, seu cérebro não consegue não prestar atenção. Isso pode ser uma distração positiva. Mas ainda assim é uma distração.

170409541Sonhar acordado na ausência dessas distrações ativa a conexão predefinida do cérebro. Entre outras funções, essa conexão ajuda a consolidar a memória e entender as emoções dos outros. Dar um terreno livre a uma mente perambulante não apensar ajuda no foco a longo prazo, mas também fortalece seu senso próprio e também o dos outros. Paradoxalmente, períodos de solidão podem ajudar na hora de voltar a socializar. E a ausência ocasional de foco pode ajudar na concentração a longo prazo.

Outra estudiosa que defende os benefícios de uma solidão reflexiva e produtiva é Susan Cain, escritora de Quieto: O Poder dos Introvertidos em um Mundo Que não Consegue Parar de Falar e fundadora da Revolução Quieta, uma empresa que promove locais de trabalho quietos e apropriados para os introvertidos.

“Hoje em dia, tendemos a acreditar que a criatividade parte de um processo decididamente comunitário, mas ela depende de muita atenção mantida e um profundo foco”, diz ela.

“Além disso, humanos são seres sociais tão porosos que, quando nos cercamos de outras pessoas, automaticamente aderimos a suas opiniões e gostos estéticos. Para realmente seguir nossos caminhos ou visões, devemos estar dispostos a nos sequestrar, ao menos durante um certo período de tempo”.

Saúde ermitã

686873083Ainda assim, a linha ente a solidão útil e um isolamento perigoso pode ser tênue. “Quase tudo pode ser adaptável e mal adaptável, dependendo de quão extremo chega”, diz Feist.

Uma doença tem a ver com uma disfunção. Se alguém para de se importar com os outros e corta totalmente o contato, isso pode levar a uma negligência patológica de relações sociais. Mas a insociabilidade criativa está muito distante disso.

Aliás, diz Feist, “há um perigo real com pessoas que nunca está sozinhas”. É difícil ser introspectivo, autoconsciente e completamente relaxado a não ser que você tenha uma solidão ocasional. Além disso, os introvertidos tendem a ter menos amizades com laços mais fortes – o que pode estar ligado a uma felicidade maior.

Assim como muitas outras coisas, qualidade é mais importante que quantidade. Nutrir algumas relações sem sentir que você precisa popular sua vida com vozes falantes pode ser melhor para você no fim das contas.

Portanto, se a sua personalidade tende para o lado da insociabilidade, você não deveria sentir que precisa mudar. É claro que isso inclui desafios. Mas, contanto que você tenha contatos sociais regulares, esteja escolhendo a solidão em vez de ser forçado a ela, tenha ao menos alguns bons amigos e se sua solidão for boa para seu bem-estar e sua produtividade, não há por que se preocupar em fazer uma personalidade em forma de quadrado caber em um buraco arredondado.

Então sinta-se livre para limpar sua agenda social. Está psicologicamente aprovado.

Fonte: https://vivabem.uol.com.br/noticias/bbc/2018/03/19/os-beneficios-para-a-saude-de-ser-antissocial.htm

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Recrutadores sabem que há tímidos em seleções e, muitas vezes, é por eles que as empresas procuram.

A timidez é uma característica que acompanha a pessoa durante a vida. Ser envergonhado é uma estratégia de proteção gerada, muitas vezes, por insegurança e certos níveis atrapalham a conquista de novas experiências. O tímido sofre quando se sente exposto ou pressionado a tomar decisões. Em muitos momentos, essa característica é encarada como um defeito por quem a possui. A coach Fernanda Barcellos conta que os tímidos têm consciência dessa condição e admitem que se privam de certas experiências por vergonha. “A principal questão dessas pessoas é lidar com a frustração que sentem quando perdem uma oportunidade.”

Uma das situações mais preocupantes para o tímido é a hora de conseguir um emprego. O objetivo dos processos seletivos é conhecer os candidatos e suas habilidades. Como passar por isso sem se expor? Não há muitas alternativas. As temidas dinâmicas são encaradas como uma tortura medieval, mas falar muito e tomar a liderança nem sempre garante a qualificação. “Os profissionais que realizam a seleção estão preparados para observar todos os perfis durante as atividades, inclusive os tímidos. Eles não costumam ter muita iniciativa de liderança, mas são observadores e executam tarefas com primor”, afirma Fernanda.

Para ficar calmo, prepare-se
O que é encarado como um defeito pode ser um trunfo. “O tímido precisa se preparar, ensaiar. Por isso, há muitos tímidos que se tornam grandes atores e ninguém acredita que são envergonhados. Se tudo estiver ensaiado, não há o que temer”, diz a coach.

Não é possível prever o que será perguntado em uma entrevista, mas o candidato pode e deve se preparar. A psicóloga e coordenadora de carreiras do IBMEC, Jaqueline Silveira, explica que o tímido deve estudar seu currículo, a vaga e a empresa. “Se ele conhecer bem suas competências, souber que é adequado para a vaga e tiver informações sobre a contratante, o recrutador perceberá que ele se preparou e a timidez ficará em segundo plano. Não precisa falar muito, mas bem”, diz.

Algumas empresas criam novas alternativas para auxiliar no processo de seleção, como solicitar que o candidato produza um vídeo de apresentação ou fazer a análise dos perfis dos concorrentes nas redes sociais (clique aqui e saiba como usá-las a seu favor). À primeira vista é um método invasivo, mas as especialistas concordam que estes sistemas podem beneficiar o tímido. “Ele poderá fazer o vídeo, assistir, fazer novamente e quantas vezes forem necessárias, até que se sinta satisfeito”, diz Jaqueline. A coach Fernanda concorda:  “É uma forma de ensaio. O medo de lidar com o imprevisto e a pressão diminuem a cada tentativa, até que ele fique completamente relaxado.”

Um futuro nada tímido
A coach Fernanda Barcellos afirma que embora os tímidos sofram durante os processos seletivos, eles podem se destacar muito em um emprego. “A timidez é um mecanismo de defesa, por isso, eles sempre se protegem, de modo que são muito atentos e responsáveis”, conta. Uma das características do tímido é perder oportunidades quando precisam tomar uma decisão rápida. Inseguros, eles preferem se planejar e pensar em todas as hipóteses antes de uma decisão. Se na entrevista este ritmo pode ser prejudicial, em um ambiente corporativo onde tudo deve ser planejado e preciso, a característica se torna uma grande vantagem.

“Dependendo do tipo de trabalho que o tímido desempenha, ele pode ficar anos em um lugar e ninguém perceber essa característica. Isso porque, uma vez que ele está confortável no ambiente, consegue desempenhar as atividades normalmente”, explica a coach. A psicóloga e coordenadora de carreiras do IBMEC, Jaqueline Silveira, afirma que o tímido se dá muito bem com planos de carreira e em avaliações a longo prazo. “Um profissional envergonhado não gosta de ser exposto e, por isso, quando tem as próximas etapas bem definidas, se sai bem.”

Sofrer durante o processo de seleção pode valer a pena, principalmente se a empresa oferecer um plano de carreira bem estruturado. “O tímido costuma ficar fora de fofocas, não dá muita atenção para intrigas de grupinhos e com isso preserva sua imagem”, diz Jaqueline. A coach Fernanda completa que “na hora de receber uma promoção, os envergonhados podem sair na frente da concorrência porque costumam ter um histórico impecável.”

Fonte: http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/03/09/temida-dinamica-de-grupo-pode-ser-trunfo-dos-timidos-na-batalha-por-um-emprego.htm

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Características de personalidade podem passar por transformações ao longo da vida. Então, afirmamos que sua timidez pode ser alterada pelas experiências que você viver ou pelo auxílio de profissionais especializados – como psicólogos.

 Não consideramos que haja um “casamento ideal” entre tais características e uma determinada profissão. Há diversas formas de expressar nossos interesses e nossas características. E não há uma única forma de construir uma carreira em determinada área. Por exemplo: há (bons) atores extremamente tímidos e biblioterácios bastante expansivos e comunicativos, o que contraria as impressões compartilhadas socialmente sobre tais “perfis profissionais”. O importante é encontrarmos nosso jeito de exercitar uma profissão.

Se a timidez incomoda muito ou interfere negativamente em sua vida, busque resolver a questão sem procurar simplesmente adaptar-se ao que seria mais “confortável” no momento. De toda forma, considere um número muito maior de variáveis para fazer sua escolha. Para isso, pesquise as dezenas de respostas já publicadas nesta seção, nelas apontamos muitas destas variáveis.

Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/orientacao-vocacional/consulte-orientador/qual-melhor-profissao-pessoas-timidas-519085.shtml

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