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“Dez vezes ao dia precisas rir e estar alegre, senão incomodar-te-á de noite o estômago, esse pai da aflição. “Esse trecho do livro “Assim falava Zaratustra”, escrito pelo filósofo Friederich Nietzsche no final do século 19, mostra como a relação entre as emoções e a saúde do corpo não é algo recente. A milenar medicina tradicional chinesa também diz que as doenças surgem quando há uma manifestação de desequilíbrio das energias Yin e Yang do corpo – que representariam um equilíbrio racional e emocional/intuitivo.
A primeira vez que notei o quanto as minhas emoções podiam afetar todo o meu sistema nervoso, digestivo e imunológico foi em 2017. Na época, viajei com um amigo ao Deserto do Atacama, no Chile, para uma incursão até a Bolívia, onde encontraríamos o Salar de Uyuni. No dia de voltar a Santiago, comecei a me sentir mal no aeroporto. Fui ao banheiro algumas vezes com uma forte diarreia. Já no Chile, nada de melhorar – pelo contrário, a diarreia piorou e meu estômago doía muito.
Numa situação como essa, o pensamento mais comum (e foi o que veio à minha cabeça) é de intoxicação alimentar. Não é nada estranho pensar que eu estava mal por causa de algo que comi nos lugares em que passei – alguns precários, no meio do deserto. Porém, meu amigo comeu as mesmas coisas que eu e estava se sentindo ótimo – inclusive, conheceu muito mais Santiago do que eu, que estava “ocupado” no banheiro.
O fator que faltava para solucionar a equação era o meu estado emocional. Eu vinha passando por um duro término de relacionamento e, durante a viagem, minha ex-namorada e eu discutimos por telefone. Foi um período duro e melancólico que fez com que aproveitasse muito menos do que gostaria aquela incrível viagem.
Como as emoções podem afetar o intestino
Após a viagem à Bolívia, foram incontáveis os quadros de diarreia, azia, cólicas, dor de estômago e prisão de ventre ao longo dos anos. Após muito tempo sofrendo com o problema, procurei ajuda médica e descobri que tenho síndrome do intestino irritável, doença que tem ligação direta com nossas emoções.
Um estudo publicado no Centro Nacional de Informação Biotecnológica, nos EUA, analisou 4.763 participantes para entender a relação da síndrome com o equilíbrio da mente. Os pesquisadores constataram que os pacientes que sofriam com o problema no intestino tinham maiores taxas de ansiedade, sintomas de depressão e angústia do que quem não apresentava sintomas da síndrome intestinal.
Diferente de outras doenças no órgão, como colite ulcerosa e doença de Crohn, a síndrome do intestino irritável (SII) é considerada um distúrbio funcional – ou seja, não é causada por uma inflamação crônica, como as outras citadas. “Na SII, há uma disfunção que interrompe o movimento normal dos alimentos pelo trato gastrointestinal, causando os sintomas relacionados. O problema pode produzir sintomas diferentes em pessoas diferentes e acredita-se que múltiplos fatores físicos e psicológicos estejam envolvidos no seu desenvolvimento”, descreve Susan McQuilan, mestre em ciências e nutricionista, em seu artigo Ansiedade SII: Como os distúrbios digestivos afetam sua saúde mental.
As doenças chamadas de orgânicas são aquelas que apresentam alterações químicas, bioquímicas, infecciosas etc. – como dor de barriga por pedra na vesícula, úlceras, inflamações e câncer. Já as funcionais, como a síndrome do intestino irritável, apresentam alterações diferentes das orgânicas tradicionais, como problemas de motilidade do intestino (capacidade dos intestinos de realizarem movimentos peristálticos para expelir o bolo fecal), de sensibilidade, alterações de expressão dos neurotransmissores etc.
“Nós possuímos ‘scanners’ no nosso intestino que monitoram tudo que se passa dentro dele, como identificar as bactérias presentes, os tipos de alimento que se ingere e assim por diante. Quando esses receptores notam alguma alteração das bactérias intestinais, são estimulados e a informação é passada para um nervo que leva o sinal até o cérebro, que filtrará a informação e mandará a resposta para o intestino, alterando a sensibilidade do órgão, secreções etc.”, explica Ricardo Barbute, gastroenterologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
“Esse eixo funciona de forma anômala em quem tem síndrome do intestino irritável, exemplo clássico de doença funcional. O cérebro vai interpretar as informações que vêm do intestino de forma diferente, com maior sensibilidade ao que acontece no intestino, então são gerados os sintomas do problema. E essa sensibilidade é ainda maior em que está deprimido, ansioso, cansado”, completa.
O que veio primeiro?
Barbute explica que, apesar de as alterações psicológicas e psiquiátricas serem comuns em quem sofre de síndrome do intestino irritável, elas não são as causadoras do problema. São as alterações genéticas que predispõem o aparecimento da SII. “As alterações psicológicas e psiquiátricas são comuns, mas elas não geram nem explicam os sintomas, apenas os modulam em quem sofre com síndrome do intestino irritável. Resumindo, ninguém tem a doença porque é estressado, mas sendo estressado, vai ter sintomas do problema de forma mais intensa e frequente.”
Luiz Scocca, psiquiatra do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e membro da APA (Associação Americana de Psiquiatria) complementa. “Não está totalmente claro como o estresse, a ansiedade e a síndrome do intestino irritável estão relacionados. O que os estudos mostram é que eles podem acontecer juntos com grande frequência – cerca de 60% dos pacientes com sintomas da síndrome também mostram ter um (ou mais) problema psiquiátrico”, fala o especialista.
Segundo ele, a relação estreita entre o sistema nervoso e o intestino acontece desde que as primeiras células do organismo são formadas, fazendo com que se comuniquem “para o bem e para o mal, sempre”. Também parece haver uma grande influência do sistema imunológico na síndrome, sendo que ele também é afetado por estresse e depressão. “É uma conexão inquestionável.”
Em busca de equilíbrio nutricional e emocional
Muitas pessoas afetadas pela síndrome do intestino irritável não procuram atendimento médico. “Aproximadamente 40% dos indivíduos que atendem aos critérios de diagnóstico da doença não têm um diagnóstico formal”, aponta Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês. A SII está associada ao aumento dos custos com assistência médica e é a segunda maior causa de absenteísmo no trabalho. “Nos Estados Unidos, ela é responsável por 25% a 50% de todos os encaminhamentos para gastroenterologistas”, completa Zilli.
O problema está associado a outras condições, como fibromialgia, síndrome da fadiga crônica (também conhecida como doença de intolerância ao esforço sistêmico), doença do refluxo gastroesofágico, dispepsia funcional, dor no peito não cardíaca e distúrbios psiquiátricos, incluindo depressão, ansiedade e somatização. “O estresse emocional e as refeições podem agravar a dor. Pacientes com SII também relatam frequentemente inchaço abdominal e aumento da produção de gás na forma de flatulência ou arroto”, continua o médico do Hospital Sírio Libanês.
Sintomas nada agradáveis e que oferecem problemas não só em curto prazo, como para toda a vida – e que merecem atenção. Para o tratamento, é importante procurar um profissional e individualizar a estratégia nutricional, além diagnosticar deficiência de nutrientes.
Pacientes com SII podem se beneficiar da exclusão de alimentos conhecidos como FODMAPs – fontes de oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis. Entram nessa lista feijão, couve, trigo, brócolis, cebola, frutas e muitos outros alimentos. “Em alguns casos, também pode ser recomendado evitar a lactose e o glúten, como prevenção”, complementa Zilli.
Além disso, faz parte do processo de tratamento um olhar mais cuidadoso e profundo sobre o estado emocional. O paciente precisa buscar mudar alguns padrões de pensamento e entender as emoções e como controlá-las, por meio de terapias, consultas psiquiátricas, meditação, ioga, atividade física e tudo que ajuda a trazer bem-estar.
Para Scocca, essa é parte essencial do tratamento. “Não há como tratar o transtorno em longo prazo sem a combinação das mudanças de hábitos. O paciente necessitará de remédios de várias famílias – de antidepressivos a antibióticos, de fibras sintéticas a probióticos – mas terá que lidar com a ansiedade por meio de exercícios físicos leves e constantes, relaxamento, respiração, massagem, além de melhora da qualidade de vida.”
Segundo Barbute, mais de 70% dos pacientes com SII mostram melhora com uma dieta correta, baseada no baixo consumo de FODMAPs e com o tratamento dos sintomas psicológicos. Mas, em alguns casos, há necessidade de tratamento medicamentoso, como antispamóticos e antidepressivos.
“Os antidepressivos têm ação direta no intestino mexendo com a secreção de serotonina – 95% da serotonina do corpo está no intestino. Qualquer antidepressivo tem ação intestinal e normalmente usamos em doses menores do que as psiquiátricas.”
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O sociólogo João Paulo Cavalcanti, 32, tinha 23 anos quando foi agredido por um namorado que o trancou em sua casa durante um rompante de ciúme. “Já vínhamos tendo brigas motivadas por ciúme e possessividade da parte dele. Até que um dia ele explodiu e me deu um soco. Na hora, achei que ele fosse me matar porque estava muito alterado. Fingi um ataque d asma, ele destrancou a porta, e eu saí correndo”, conta.
“Mas só consegui falar sobre o que aconteceu depois de sete anos e após fazer terapia. Tinha vergonha de falar que era gay, então nem me passava pela cabeça denunciar em uma delegacia. Também tinha vergonha por ser homem e ter apanhado. Achava que ia fazer um boletim de ocorrência e ouvir algo como ‘o viadinho que apanhou’”, diz.
Ainda que o termo violência doméstica seja usualmente relacionado a casais heterossexuais, a agressão sofrida por Cavalcanti também pode ser considerada violência doméstica, segundo especialistas ouvidos por Universa, uma vez que havia relacionamento íntimo entre os dois. Poderia ser, inclusive, enquadrada na Lei Maria da Penha, como já ocorreu em algumas decisões de tribunais brasileiros, mesmo que o texto da lei se refira à vítima como sendo uma mulher.
Na decisão mais recente, de agosto de 2019, um juiz da 4ª. Vara da Família de Belo Horizonte concedeu uma medida protetiva a uma vítima de agressão, impedindo que o ex-companheiro se aproximasse dele. “A lei fala de relações íntimas de afeto, por isso, inclui as homoafetivas. Por mais que a gente costume se referir à violência doméstica entre casais heterossexuais, ela também existe entre homossexuais homens. E já existe essa jurisprudência da Lei Maria da Penha ser acionada para a vítima pedir uma medida protetiva, embora sejam poucos os casos”, explica a advogada Maria Berenice Dias, vice-presidente nacional do IBDFAM (Instituto Brasileiro do Direito de Família) e autora de livros sobre direito homoafetivo.
Mais comum do que se imagina
Coordenador do Núcleo de Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial da Defensoria Pública de São Paulo, Vinícius Silva afirma que esse tipo de situação “acontece com muito mais frequência do que as pessoas imaginam”. No núcleo, diz receber vários desses casos, mas não consegue precisá-los por estar trabalhando remotamente durante a pandemia. “Muitos vêm pelo Disque 100 [serviço do governo federal de denúncias de violações de direitos humanos] e por e-mail. Antes do isolamento, as vítimas também nos procuravam presencialmente”, conta.
“As pessoas não pensam que pessoas LGBTs conseguem ser violentas com seus parceiros porque já é um grupo muito estigmatizado. Mas é uma realidade bastante comum por causa da própria sociedade em que nós crescemos, a gente acaba seguindo padrões de masculinidade, valores como o de posse do parceiro, que se reproduzem entre casais homoafetivos”, diz.
Vinícius acredita que, apesar da gravidade de uma agressão desse tipo e do fato de poder ser considerada violência doméstica, os gays que passam por situações como essa devem procurar outros mecanismos legais em vez da Lei Maria da Penha. “O ideal é continuar usando essa lei para prestigiar a luta das mulheres, para evitar que suas reivindicações sejam apagadas”, opina. “Ainda assim, a vítima não ficaria desamparada: há leis gerais no Código de Processo Penal que dão conta da situação e podem exigir, inclusive, o afastamento do agressor.”
LGBTs têm dificuldade para reconhecer agressão vinda de seus pares
A advogada Luanda Pires, integrante da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) e especialista em direito homoafetivo e de gênero, afirma que, muitas vezes, as próprias vítimas têm dificuldade de se reconhecer dentro de uma situação de violência doméstica.
“Os casais que vivem essa situação dizem que demoram para admitir porque não esperam que uma pessoa que também sofreu homofobia, que já foi vítima de agressões ou ofensas, possa praticar esses atos com um companheiro ou companheira”, explica.
Ela destaca que, entre lésbicas, a proteção da lei é mais explícita para essas situações, mas que homens gays também estão amparados legalmente. “É importante que as pessoas entendam que todos estão sujeitos, independentemente de orientação sexual, a passar por isso. Inclusive, tanto como vítima quanto como agressor ou agressora, porque, mesmo que tenha entendimento a respeito de direitos humanos, raça, gênero, a gente vem dessa construção social machista e acredita que, nas relações, sempre há alguém com mais força ou que pode se sentir ‘dono’ da outra pessoa”, diz Luanda.
“E ressalto que é importante observar o comportamento do parceiro ou da parceira desde as pequenas agressões de um relacionamento abusivo”, alerta. “Se a pessoa fala coisas que te ofendem, começou a te xingar ou deixar mal, já é o caso de procurar ajuda: pesquise na internet, busque uma rede de apoio ou coletivos ligados à causa LGBTQIA+. Assim, essa violência é reconhecida de forma mais rápida e a gente pode evitar que chegue a uma agressão física.”
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Perdoar, em geral, não é algo fácil para a maioria das pessoas, por envolver muitos sentimentos: raiva, decepção, frustração, mágoa, rancor… Porém, após fatores como tempo, maturidade e diálogo entrarem em ação, é possível superar a dor e seguir em frente. No entanto, há muita gente que até consegue superar o sofrimento causado pelos outros, mas emperra na hora de desculpar a si mesmo por alguma atitude ruim ou omissão. Por que perdoar a si mesmo é ainda mais difícil do que perdoar alguém?
Segundo Silvia Cury Ismael, gerente de psicologia do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo (SP), quando perdoamos nos propomos a esquecer aquilo que aconteceu e deixamos de estar presos emocionalmente a quem nos fez mal. “Já o auto perdão tem a ver com a autoexigência que praticamos conosco e como encaramos os erros que cometemos. Se errar significa falhar, ser incompetente ou fraco, então fica difícil o perdão para nós mesmos”, explica.
Pessoas com excesso de autocrítica e sensibilidade à culpabilização têm maior dificuldade em revelar e desculpar os próprios deslizes. “Em alguns casos, é como se colocassem uma lente de aumento no erro cometido. Há uma supervalorização da falha e, consequentemente, uma elevação da crítica. A culpa, nessas circunstâncias, assume a função de autoflagelo, diferentemente da função positiva de reparação que poderia desempenhar”, observa Natalia Novaes Pavani Araújo, psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, também na capital paulista.
O sentimento de culpa, associado à empatia, é fundamental para o desenvolvimento humano e para todo o processo de auto perdão. De acordo com Araújo, faz parte da natureza humana a testagem dos comportamentos e, em boa parte das situações, não é possível prever resultados.
“Cometemos enganos e faltas ao longo da vida. Em contextos em que uma determinada postura gera um problema, a culpa surge como um mecanismo de aprendizado, ou seja, sua função é a reparação. A culpa gera um sentimento ruim, que nos mobiliza a pedir perdão, seja a alguém ou a nós mesmos, e nos faz adotar uma nova postura”, esclarece a profissional.
A psicóloga Cristina Borsari, membro do corpo clínico da BP (A Beneficência Portuguesa de São Paulo), lembra que a culpa é um sentimento doloroso, mas necessário para o movimento de auto perdão. “Ela promove aprendizagem e estimula o crescimento pessoal e emocional. É claro que não é fácil identificar e reconhecer erros, mas a reflexão conduz a uma melhor consciência das próprias atitudes”, explica. E esse movimento vale para os comportamentos futuros.
Não se perdoar é ficar refém do passado
As pessoas que não se perdoam tendem a eternizar alguns momentos e experiências. É como se ficassem presas ao que passou, num círculo infinito de dor e penitência. A vida parece que não evolui. “Quando o sentimento de culpa não é ressignificado e transformado em aprendizado, ele tira a alegria de viver. O auto perdão é um jeito de evoluir e mudar esse cenário. E mais: passar dia após dia sob o peso da culpa é um caminho para desenvolver transtorno de ansiedade e até depressão”, pontua Borsari.
Nos casos que a culpa é utilizada como um castigo há uma deturpação do seu uso. Em vez de a culpa servir como disparadora de um novo posicionamento, um jeito mais maduro de lidar com um problema, ela funciona como punição em um ciclo vicioso: quanto mais culpa se sente, maior dificuldade de se perdoar e assim por diante.
O processo de perdoar é colocar o passado em seu devido lugar. “Se você recorre ao episódio problemático para trazer com ele toda a sua bagagem negativa, não está fazendo bem o exercício de posicionar o problema no passado. É como se ele e suas falhas aumentassem de tamanho e ficassem tão grandes que não existiria mais espaço simbólico para um bom presente e a possibilidade de um futuro saudável. Não existem ervas daninhas que precisamos cuidar, senão elas prejudicam plantas saudáveis? Sentimentos são semelhantes”, compara Araújo.
Na opinião de Ismael, alguns pontos da vida podem ficar estagnados. “A pessoa não evolui naquele contexto. Isso a impede de crescer com seus erros e insucessos e de evoluir. E pode, ainda, levá-la a ficar mais agressiva e impulsiva em situações nas quais se sente fragilizada ou exposta”, comenta.
Como desenvolver o auto perdão?
O primeiro passo para o auto perdão é fazer um exercício honesto de reflexão sobre o que realmente se deseja: seria a reparação, seja ela algo objetivo ou algo simbólico, ou a permanência num estágio anterior de culpa, correndo o risco de comportar-se de maneira vitimista? “Identificado o desejo de seguir adiante, pode-se fazer uma lista de ações de reparação. O que me ajudaria no auto perdão? Como eu gostaria de me sentir se já tivesse me perdoado? O que eu poderia fazer para me sentir dessa forma agora? Esses são alguns questionamentos que podem trazer respostas valiosas”, fala Araújo.
“Se aceitar como um ser humano falho também é fundamental. A compreensão de que todo mundo é passível de erros é essencial para assumir as respostas pelos próprios atos e aprender com isso. Nos perdoar significa limpar a própria mente e sintonizar com a melhor parte de nós, abandonando a vitimização”, endossa Borsari.
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Você conhece alguém que repete sempre os mesmos padrões de pensamento ou de conduta? Provavelmente sim e, talvez até você mesmo seja uma pessoa assim. Mas, por que isso acontece? Para a neuropsicologia, especialidade que une as áreas da psicologia e da neurologia que estuda cérebro e fatores como comportamento e pensamento, a resistência a mudanças está relacionada a duas habilidades cognitivas: memória implícita e funções executivas.
“Um hábito é um tipo de memória muito consolidada sobre a qual nós temos menos consciência sobre, ou seja, executamos algo a partir de nosso ‘piloto automático’”, explica Rochele Paz Fonseca, psicóloga, especialista em neuropsicologia, professora titular do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), coordenadora do Grupo Neuropsicologia Clínico-Experimental e Escolar (GNCE) da PUCRS e presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp). Quando agimos mecanicamente, não ocorrem as funções executivas (memória para duas ou mais tarefas ao mesmo tempo – memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva).
Essas funções complexas são realizadas no cérebro (várias conexões ou estradas mentais entre lobo pré-frontal e outras regiões cerebrais). Fonseca completa que quando precisamos fazer algo menos conhecido, com objetivos relativamente novos e complexos a serem atingidos – ou seja, quando somos convidados a sair de nosso “piloto automático”, um hábito antigo (comer chocolate sempre depois do almoço e da janta) ou um pensamento mais automático antigo (não adianta estudar porque sempre vou mal na prova ou na avaliação da empresa) – tende a prevalecer o que está profundamente memorizado.
Crenças limitadas e limitantes
Segundo Wimer Bottura, psiquiatra, presidente da ABMP (Associação Brasileira de Medicina Psicossomática) e membro do grupo de professores da cadeira de Psicologia Médica da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), nossa resistência a mudanças vem de crenças que criamos ainda na infância. Essas crenças têm a função de nos proteger do sofrimento, de alguma dor. Frases do tipo ‘daqui pra frente nunca mais vai ser assim’, ‘eu não quero mais’, ou ‘vai ser sempre dessa forma’, são exemplos de regras que as pessoas criam, internalizam e, com o tempo, tornam-se inconscientes.
Esse tipo de desenvolvimento cerebral vai gerar uma coisa chamada retroalimentação: mesmo que não haja mais motivo para aquele comportamento, ele se repete. Essas crenças vão gerar outras duas coisas: a racionalização, que irá justificar as suas crenças, e o deslocamento, ou seja, ele desloca o problema para outra pessoa. Para o médico, essas racionalizações que as pessoas criam, são autoenganos e qualquer outra pessoa não acreditaria.
O que faz mudar de verdade é o sofrimento, a emoção sobre o sofrimento e a noção da consequência, de que determinado comportamento é destrutivo, por exemplo. Como esse indivíduo encontra mecanismos de autoconvencimento, ele não muda porque não enxerga a necessidade de mudar, não teve a noção da consequência do comportamento, e encontrou um bom mecanismo para convencer a si mesmo.
Mas mudar faz parte da vida. Conforme vamos envelhecendo, adquirindo novas experiências e vivências, nossa mente expande e a mudança é natural. Bottura diz que indivíduos com o emocional e o intelecto desenvolvidos ou com mais maturidade possuem vários olhares e enfoques para uma mesma situação. E como estar receptivo a mudanças? Veja essas quatro dicas e descubra novas formas de lidar com antigos hábitos.
Questione suas justificativas
É comum quando repetimos padrões, encontrar desculpas ou justificativas para continuar esse padrão, por exemplo, culpar os outros pelos próprios erros ou justificar-se baseado em suas crenças que, muitas vezes, não fazem o menor sentido. Quando você não procura uma justificativa ou questiona as que você sempre acredita, permite ver outros lados da situação e mudar o padrão.
Encare suas emoções
Geralmente na infância criamos crenças ou adquirimos as crenças dos adultos para nos defender do sofrimento e, com isso, bloqueamos emoções que nos permitem o aprendizado e desenvolvimento intelectual.
Sentir as emoções nos permitem rever ideias, atitudes e facilita a mudança de padrões e a aceitação de ideias dos outros.
Mude de perspectiva
Uma boa dica para não se fechar a ideia do outro – o que não significa que será melhor ou pior que a sua ideia – é se colocar no lugar do outro e buscar olhar do mesmo ângulo e ponto de vista da pessoa que está transmitindo a ideia. Pode ser que este outro olhar te mostre argumentos que você não tinha pensado antes. Outra forma de fazer isso é quebrando a rotina: quando nos permitimos pequenas mudanças no nosso dia a dia, acabamos mudando um pensamento, de que a rotina tem de ser fixa. Isso acaba interferindo em outros pensamentos e ideias, nos deixando mais flexíveis. Uma dica da neuropsicóloga é que desde criança os pais estabeleçam uma organização com rotina aos filhos, pois é importante para terem modelo e referência de fora para dentro, mas também com flexibilidade, mudando às vezes, um pouco da rotina com novidades, abrindo pequenas exceções a algumas regras.
Identifique os gatilhos de suas ações
Comportamentos e atitudes repetitivas são hábitos que criamos e sempre precedem de um gatilho. É como a pessoa que bebe sempre um café antes de acender um cigarro, sair para a rua depois do almoço para dar uma volta e comprar um doce, ou ainda, tomar uma taça de vinho depois de chegar do trabalho, tirar os sapatos e se sentar no sofá. Identificar os gatilhos de ações ou padrões de pensamentos que agimos é fator imprescindível para mudar algo que não agrada: você pode ir gradativamente mudar ideias, pensamentos ou os hábitos antigos, aos poucos e cada vez mais seguidamente: por exemplo, ir reduzindo uso de celular antes de dormir aos poucos até não usar mais.
Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/listas/por-que-somo-tao-resistentes-a-mudar-veja-como-sair-dessa.htm
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Quando o assunto é choro, a tristeza é a primeira a ser citada. Mas todo ser que sente sabe que lágrimas rolando englobam outras emoções. Raiva, alegria, medo e saudade estão na lista de sentimentos que fazem algumas pessoas derramarem o líquido dos olhos. Para outras que não choram, o emotivo é taxado como imaturo, “bebezão”. Mas especialistas dizem que não é bem assim.
O choro é uma das primeiras formas de se comunicar. O bebê solta o berreiro quando deseja algo, mas não consegue usar palavras para isso. “Ao vermos alguém chorando, o desespero é imediato. Nosso cérebro foi programado a entender que tem sofrimento ali, por isso tenta resolver, dando mamadeira, peito, trocando fralda ou até levando ao médico”, diz Rita Calegari, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Desde criança, o ser humano aprende que o choro manifesta um sentimento de desconforto. Mas, segundo Calegari, é preciso ampliar o conceito para além do sofrimento. “As pessoas tendem a recriminar o choro no adulto porque, de fato, associamos a um comportamento infantil. Há essa associação à imaturidade, como se ao crescer não pudesse mais chorar, o que é uma grande bobagem”.
Após o indivíduo crescer, as lágrimas podem expressar contentamento, raiva, frustração, alívio. Elas dão vazão a uma tensão acumulada, uma expectativa ou preocupação. Quando a pessoa recebe uma notícia que quer e aquela expectativa finalmente acontece, a emoção vira choro.
Em uma briga, por exemplo, quem fica aos prantos em vez de rebater está acuado, inseguro. “Não quer dizer que aquela pessoa é fraca, imatura ou sensível demais”, diz Yuri Busin, psicólogo e diretor do Casme (Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio).
Para Calegari, diferentemente da imaturidade esperada, chorar em público exige muita coragem, sem pensar no que os outros vão julgar”.
Quando chorar é um problema
Se emocionar-se com tudo não tem a ver com personalidade, em como o indivíduo se expõe aos medos e à insegurança em relação a conflitos, soltar o berreiro pode ser sinal de problemas.
“Chorar muito e incontrolavelmente pode ser um dos sintomas de diversas condições, como alteração hormonal, hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12, depressão, ansiedade e hipoglicemia (quando o nível de glicose no sangue fica abaixo do normal)”, diz Priscila Gasparini, psicanalista com especialização em neuropsicologia e neuropsicanálise, com mestrado e doutorado pela USP (Universidade Federal de São Paulo), e que também atende no Hospital Beneficência Portuguesa.
Segundo ela, a falta de B12, por exemplo, prejudica as sinapses (local de contato entre os neurônios), causando danos na sensação, movimento, cognição e outras funções. Isso provoca formigamento nas mãos e pés, confusão mental e perda de memória.
O nutriente é encontrado em alimentos de origem animal, como peixes, carne vermelha e de fígado, e derivados do leite e ovos, por esse motivo sua deficiência geralmente é atribuída a pessoas veganas ou vegetarianas. Mas a falta da B12 também está ligada a outros fatores, como idade avançada ou distúrbios gastrointestinais.
O hipotireoidismo, condição na qual a glândula tireoide não produz a quantidade de hormônios, leva à redução de várias funções no organismo, levando inclusive a alterações no humor. De acordo com Natália Pavani, psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, não é raro confundir o problema com a depressão. “Choro frequente, desânimo, fraqueza são sintomas de ambos, por isso é essencial fazer avaliação do histórico da pessoa e de alterações metabólicas biológicas para realizar o diagnóstico correto”.
Pavani afirma que não é difícil saber o limiar entre pessoas emotivas e quem está doente de fato. Assim como tem gente que dá risada mais facilmente que outras, tem quem chore com filmes, comerciais de margarina ou quando ganha presentes. “Não olhamos para isso como algo patológico porque é um traço de personalidade dela”, diz.
No entanto, quando o choro está associado a outros sintomas, ele deve ser observado com maior cautela. Se ele vier junto com um desânimo frequente, falta de vontade de se envolver em atividades que normalmente se envolvia, falta de vontade de sair de casa ou de prazeres, é melhor procurar ajuda.
A psicóloga salienta que estresse intenso e crises de ansiedade também podem estar por trás. O indivíduo pode ter chegado a um limite de sofrimento emocional e o choro frequente é sinal de estafa psíquica.
Quer saber o que é normal ou não? “Um bom sinal é fazer uma auto comparação. Pergunta-se ‘Como eu estava nos últimos meses ou anos?’ e ‘O que tem acontecido que estou chorando mais e meu comportamento mudou?’”, sugere Pavani.
Busin também diz que o ideal é sempre parar para pesar o quanto se emocionar está prejudicando no dia a dia. Independente da frequência que ocorrer, se incomodar, é melhor buscar ajuda psicológica ou médica.
Se não incomodar, pode chorar à vontade. “Precisamos conseguir comunicar de forma mais completa e complexa as emoções, seja com palavras ou choro. E um choro não precisa vir desacompanhado dessa externalização verbal, e sim como um complemento emocional”, diz Calegari.
Segundo ela, o choro é só uma resposta. Talvez tenha muito mais a ver com a forma de se comunicar do que sentir, o que tira de vez o estigma de “sensível demais” dos chorões.
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Ainda existe uma falsa ideia de que ansiedade e depressão acontecem em decorrência de uma situação traumática, como a perda de um ente querido, um acidente ou uma doença grave. No entanto, é preciso esclarecer que o comprometimento da saúde mental não depende necessariamente de um motivo válido como algo traumático. Portanto, mesmo quem leva uma vida supostamente feliz e perfeita pode sentir-se vulnerável e, o melhor, não há nada de errado nisso.
“Ser bem sucedido, em geral, decorre de inúmeras renúncias e privações que podem se manifestar sob a forma de um quadro depressivo ou ansioso”, avalia o psiquiatra Rodrigo Leite, coordenador dos Ambulatórios do Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP (Universidade de São Paulo). Afinal, pode ser comum aos bem-sucedidos privar-se do convívio familiar ou o suporte de uma rede afetiva de vínculos.
Não precisa de motivos para ter depressão
Somos frágeis. E estamos tendo dificuldade em aceitar que somos imperfeitos, falhos e mutáveis. A qualquer momento o roteiro pode ser alterado: a perda do emprego ou uma separação afetiva. “Não é à toa que os filmes de super-heróis alcançam recordes de bilheteria: eles refletem um desejo humano de força e poder que na verdade não temos”, alerta o psiquiatra.
E lidar com essa realidade não é fácil. Ainda assim, muita gente não se sente no ‘direito’ de ter depressão ou ansiedade, como se fosse preciso um pré-requisito traumático para chegar ao diagnóstico. “Doenças possuem uma base biológica, química e, muitas vezes, hereditária. Traumas podem funcionar como gatilhos para o surgimento desses transtornos, mas não são o único fator”, garante a psicóloga Adriana Nunan, doutora em psicologia clínica pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).
Uma frase clássica identifica isso: “Nossa, sua vida é tão boa! Você não sabe o que é ter problemas de verdade”. Como se ter emprego, carro, roupas e joias fosse garantia de prevenção ao problema. No entanto, o estresse e a competitividade, quesitos tão presentes no dia a dia, podem desencadear a situação. “A vida traz muitos desafios e imprevistos. E os neurônios nem sempre conseguem absorver os impactos da vida de forma a preservar a saúde mental”, destaca Leite.
Cuidado com o julgamento
O julgamento pode agravar o problema e até fazer o paciente sentir-se culpado. “Se não há motivo, a pessoa pode considerar que não é preciso buscar tratamento”, alerta Mariângela Savoia, psicóloga clínica do Programa Ansiedade do Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP. Por isso, é muito importante combater tais crenças e buscar ajuda psiquiátrica e psicológica adequada.
Afinal, existe o estigma em relação aos transtornos mentais e o narcisismo que atrapalha o reconhecimento de ‘imperfeições’. Como se só fosse justificável adoecer mediante uma grande catástrofe. “O estresse é algo cumulativo. Se ele estiver somado a hábitos de vida pouco saudáveis como tabagismo, uso de álcool, privação de sono, uso excessivo de tecnologias e isolamento social a chance dos mecanismos neurofisiológicos e psicológicos ‘apitarem’ é grande”, avisa o psiquiatra.
A sociedade ainda associa doença mental com fraqueza de caráter e menor capacidade laboral. Segundo o psiquiatra Primo Paganini, muitas pessoas têm medo de julgamento e vergonha, por isso também optam por omitir a doença. “Confunde-se depressão com dor ou tristeza: de fato isso pode ocorrer, mas a melhor definição para depressão é ‘falta de combustível no tanque’, e sem essa energia, cérebro e corpo padecem”, diz Paganini.
Por isso, nada de apontar o dedo. “É preciso respeitar a dor do outro, sem avaliar se o problema dele é mais ou menos importante”, diz Savoia. Ainda temos o hábito de comparação, mas o sofrimento não se compara.
Por que essa tal infelicidade?
E não é preciso ter um diagnóstico de ansiedade e depressão para passar por este tipo de teste. Muitas pessoas vivem situações infelizes que, aos olhos dos outros parece perfeita, e acabam tendo dificuldade em livrar-se desse peso. Aquele relacionamento que não encanta mais, ou o emprego ótimo que não satisfaz, exemplos clássicos que precisam ser encarados. “Tentamos ser racionais e ver as coisas sempre por esse ângulo (o de que parece tudo no lugar), mas felicidade é um conceito diferente e muito individual”, ensina Nunan.
Infelizmente, vivemos uma ditadura da felicidade. “Tem sido mais importante parecer feliz do que realmente ser”, critica Leite. E a felicidade é um sentimento muito pessoal e particular, que não está diretamente ligado ao casamento estável ou um bom salário.
Portanto, se a pessoa não estiver se sentindo serena, vale reavaliar suas escolhas. E nessa hora, pode ser desafiante ir contra os valores do grupo ao qual pertence.
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