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Hoje, gostaria de abordar um tópico sensível, mas crucial: enfrentar traumas e transtornos psicológicos. Como psicólogo, compreendo que essa jornada pode ser assustadora e desafiadora, mas também é um passo corajoso em direção à cura e ao bem-estar.
O Que São Traumas e Transtornos Psicológicos?
Traumas são experiências emocionalmente dolorosas e impactantes que deixam cicatrizes profundas em nossa mente. Isso pode variar desde eventos traumáticos únicos, como um acidente, até experiências mais complexas, como abuso ou negligência.
Os transtornos psicológicos, por outro lado, são condições de saúde mental que afetam nossos pensamentos, emoções e comportamentos. Isso inclui condições como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e muitos outros.
Os Desafios de Enfrentar Traumas e Transtornos Psicológicos
- Isolamento: Muitas vezes, aqueles que enfrentam traumas ou transtornos psicológicos podem se sentir isolados e incompreendidos e muitas vezes seus relacionamentos futuros são todos influenciados por essas marcas da vida. É fundamental buscar apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde mental.
- Estigma Social: Infelizmente, existe um estigma em torno das questões de saúde mental, o que pode fazer com que as pessoas se sintam envergonhadas ou relutantes em buscar ajuda. É importante lembrar que enfrentar essas questões não é sinal de fraqueza, mas de força.
- Desconforto Emocional: O processo de enfrentar traumas e transtornos psicológicos pode ser emocionalmente desgastante. Pode envolver reviver eventos dolorosos ou explorar sentimentos difíceis. No entanto, é parte do caminho para a cura.
O Caminho para a Cura
Embora enfrentar traumas e transtornos psicológicos seja desafiador, é importante lembrar que a recuperação é possível. Aqui estão alguns passos que podem ajudar:
- Buscar Ajuda Profissional: A terapia com um psicólogo ou psiquiatra especializado é um recurso valioso. Eles podem fornecer apoio, orientação e estratégias para lidar com os desafios.
- Construir uma Rede de Apoio: Compartilhar suas lutas com amigos e familiares pode ser incrivelmente fortalecedor. Eles podem oferecer amor, compreensão e encorajamento.
- Auto-Cuidado: Cuidar de si mesmo é essencial. Isso inclui descansar o suficiente, praticar exercícios físicos, alimentar-se bem e encontrar maneiras saudáveis de lidar com o estresse e cuidar para que a vida não pare em função desses cuidados.
- Paciência Consigo Mesmo: A recuperação não acontece da noite para o dia. É uma jornada que requer tempo e paciência.
Em resumo, enfrentar traumas e transtornos psicológicos é um desafio, mas não precisa e não deve estar sozinho nessa jornada. Com apoio, compreensão e ajuda profissional, é possível superar essas dificuldades e caminhar em direção à cura e ao bem-estar.
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Há mais de um significado para o conceito de “sombra” na personalidade, mas antes de esmiuçá-los é importante avisar: todas as pessoas o têm, o que as difere é a maneira com que lidam com ele. “Ter ou não ter um lado sombra não é uma escolha. Ele faz parte de todos nós, se desenvolve a partir das experiências acumuladas ao longo da vida e pode tomar contornos bastante negativos, caso optemos por ignorá-lo”, diz a psicanalista Gisele Gomes, professora de Teoria Psicanalítica Freudiana na RNA Clínica e Escola de Psicanálise, em São Paulo (SP).
A ideia tem origem na psicologia analítica desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961). A sombra é tudo o que foi negado, reprimido ou ainda permanece desconhecido pelo indivíduo e está recalcado – ou seja, reprimido – em seu inconsciente, o que também torna sua definição ligada aos estudos do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939).
De um modo mais simples, podemos definir a sombra como aquele lado da personalidade que acolhe instintos que insistimos em controlar, como a raiva, o ódio e a inveja, entre outros. “Todos nós temos em nosso inconsciente o bem e o mal, mas conhecemos a essa face sombria quando começamos a tornar consciente aspectos que consideramos ‘ruins’ ou ‘errados’, seja por questões educacionais, culturais ou sociais. A sombra é um ‘eu escondido’ cujas manifestações são rejeitadas por nós a todo o tempo”, afirma a psicanalista Andréa Ladislau, do Rio de Janeiro (RJ).
Mesmo reprimido, ele se manifesta
Segundo Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo clínico do IP-USP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo), a sombra é algo escondido na vida inconsciente e que, por ser assustador, fica à parte da personalidade. “O crucial não é identificar quando esse lado sombra se desenvolve, mas sim o que fica desintegrado da nossa personalidade e por quê. O que não é elaborado pode surgir como um comportamento estranho, um sintoma, que não pode ser compreendido somente pelas formas racionais de conhecimento, pois envolve os aspectos inconscientes de nós mesmos”, afirma.
Assim, o que rejeitamos em nós mesmos pode vir à tona em algum momento – pensamentos, emoções e impulsos que podem dolorosos, vergonhosos ou tóxicos demais para aceitar. Ressentimento, ciúme, mágoa ou inveja, só para citar alguns exemplos, de repente explodem na forma de atitudes nocivas, conflitos, agressões verbais e até violência física. É fundamental combater o sentimento de culpa por perceber nosso lado sombrio, uma vez que ele também faz parte de nosso ser.
“A questão é controlar e equilibrar para não fugir do que, culturalmente ou socialmente, é considerado ‘normal’ e ético para nossa vivência, sem trazer prejuízos para os outros e para nós mesmos”, fala Ladislau. Se deixarmos a sombra nos dominar e determinar nossos atos, podemos ceder espaço para manifestações neuróticas ou psicóticas, alimentando uma essência maléfica.
Como lidar com isso?
Na opinião de Gomes, o efeito sombra pode ser sutil ou brutal – tudo depende de como as pessoas lidam com esse lado não consciente e imprevisível. “Para exemplificar, todos os dias as pessoas vivenciam algo que lhes traz algum tipo de ‘incômodo’, não é mesmo? Ou seja, convivemos com alguém que não nos agrada em nosso trabalho; assistimos com revolta fatos violentos como um assalto, um homicídio ou um feminicídio; acompanhamos assustados milhares de brasileiros em negação em relação à pandemia do novo coronavírus. Todas essas vivências trazem à tona, mesmo que brandamente, algo do nosso lado sombra, como o desejo de vingança contra um desafeto ou a vontade de exercer a justiça com as próprias mãos. Essas reações, drásticas ou meramente negativas, se originam nas sombras do nosso ser”, observa.
Uma forma de “eliminar” a sombra é jogá-la sobre ombros alheios. “Aquilo que rejeitamos ou não admitimos em nós mesmos também costuma ser projetado nos outros”, conta a psicóloga e psicanalista Gabriela Malzyner, professora do curso de Formação em Psicanálise do CEP (Centro de Estudos Psicanalíticos), em São Paulo (SP).
De acordo com Agostinho, algumas pessoas conseguem lidar melhor com o lado sombra do que outras por apresentarem mais facilidade para entrar em contato com o próprio mundo interno. “Pode ser que para elas o sintoma não seja a única forma de entrar em contato com o que se passa na mente e, assim, fica mais fácil se conhecer”, diz. Sob o ponto de vista do psicólogo, aceitar que há essa dimensão desconhecida em si mesmo pode ser uma boa forma de ficar de bem com o lado sombra. Aceitar que não conhecemos tudo, que não temos controle de tudo, que nem tudo está ao alcance da nossa compreensão seria, a meu ver, um bom começo”, aponta.
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Ser humano é tomar decisões erradas, propositalmente ou não. Fazer algo imprudente, ou para o qual não está devidamente preparado, negligenciando partes importantes, sob influência de drogas ou tudo isso junto, não importa: ser humano é ser imperfeito, é ter sido injusto ou até se acovardado. E arrepender-se é algo que nos faz humanos. Todo mundo se arrepende na vida. E tudo bem.
“Quando cometemos erros ou escolhas consideradas erradas, o arrependimento pode servir de um aprendizado sobre nós e sobre o outro, gerando um sentimento de responsabilidade e cudiado”, afirma Audrey Setton, psicóloga e psicanalista, secretária-adjunta da diretoria da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo).
Se o arrependimento for usado apenas como culpa e como autorrecriminação ele gera menos valia e depressão, não permitindo a expansão do que a psicanálise chama de “aprender com a experiência”. Pode ser que uma pessoa realmente arrependida pague caro com seus sentimentos por um bom tempo.
“O arrependimento pode ter a função de acabar com a sua energia para vida ou te fazer melhor, dependerá do que você vai fazer com seu sentimento”, analisa Luiz Carlos Scocca, psiquiatra e médico colaborador pelo hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (HC/FMUSP). Assim, complementa, dependendo do que faz, o arrependimento pode destruir sua saúde mental, mas pode também te deixar mais forte, na medida que mostra o quão humano você é e o quanto pode melhorar.
Quer usá-lo de um jeito positivo? Reunimos cinco dicas para isso a seguir:
Aceita que dói menos
Um estudo feito por pesquisadores chineses, publicado no The Journal of General Psychology concluiu que o arrependimento gera um esfotamento mental, enquanto quando utilizado de forma positiva, acontece o oposto. O estudo mostrou que o arrependimento prejudicou o desempenho em tarefas subsequentes. Além disso, encontrar benefícios nos eventos que provocam arrependimentos melhorou o desempenho nas outras tarefas seguintes. Ou seja, após o primeiro sentimento de negação, a análise e compreensão do ocorrido, seguido pela aceitação e as possibilidades de mudanças, mudaram os sentimentos das pessoas em relação aos acontecimentos que geraram os arrependimentos.
Desapegue e deixe ir
Arrependimentos podem ser torturantes. Ainda mais quando se tornam uma ideia ou pensamento fixo. “Uma pessoa presa em um ciclo de arrependimento devido à sua rigidez e inflexibilidade não sairá do lugar, tamanha a energia mental que isso exigirá”, explica Scoca. Reconhecer que o que está feito está no passado e não existe a possibilidade de voltar no tempo é a maneira mais sensata de seguir em frente. Deixe o passado onde ele deve estar e deixe ir os sentimentos negativos: se não é possível voltar, é possível trilhar um novo caminho, com os aprendizados e sentimentos obtidos. O arrependimento pode mostrar o que não fazer ou repetir no futuro.
Mude os hábitos para não cometer sempre os mesmos erros
Já aconteceu com você de ter de acordar às 06h da manhã e ficar até às 03h navegando na internet ou assistindo TV? Ou ainda ir ao supermercado comprar todas as besteiras que você sabe que irá devotar tudo de uma vez e que não te fazem bem? Aí depois você se arrepende e pensa: nunca mais faço isso. Mas não demora muito e lá está você novamente agindo da mesma forma. Essas condutas roubam enorme energia.
Analise esses comportamentos nocivos e aprenda como funcionam suas armadilhas. “Isso é aquisição de autocontrole e aqui o arrependimento pode te ajudar a gradualmente mudar esses hábitos que te incomodam ou prejudicam”, orienta Scocca.
Desconfie da negação
Quem diz que não tem arrependimentos, é possível que esteja perdendo uma grande oportunidade de ser melhor, pois está em negação. “Sempre desconfie da negação” É um dos mais primitivos mecanismos de defesa e pode impedir o crescimento”, diz Scocca. Mesmo para grandes questões, exemplifica o psiquiatra, como “trabalhei demais e não vi meus filhos crescerem”, ou “comecei tarde demais a preparar minha aposentadoria”, ou ainda “fiquei tempo demais naquele relacionamento tóxico”, é importante lembrar que errar e se arrepender são fatos e emoções humanas e que nunca é tarde para você. “Ainda que só reste o arrependimento, é possível carregá-lo, porque, novamente, é humano. Acredite que sempre está aprendendo, mesmo quando for bem velhinho estará aprendendo. Acredite que é capaz. Você não acredita mesmo que só fez escolhas erradas na vida, não é?”, indaga.
Respeite o tempo
Dar tempo para o arrependimento acontecer também é importante. Demora menos para se arrepender de não ter trazido o guarda-chuva do que ter alugado aquele apartamento que tem tanto barulho à noite. É muito difícil mudar hábitos, como ficar demais no computador, ou no celular, por exemplo. A dica do Scocca é agir como se você tivesse feito um trato: o de ir mais cedo para cama sem nenhum aparelho e tente pensar no conforto de fechar os olhos, ouvir uma música sua e a delícia de cair no sono. Mas tente fazer isso gradualmente. “Não vai te impedir de errar de novo. Mas, aos poucos, vai fazer uma mudança na maneira como você pensa, te ajudará a ganhar melhores hábitos e, talvez, quem sabe um pouco – é o que lhe desejo – se perdoar”, conclui.
Pare para pensar que todo mundo já errou, erra e errará, como você. Seus ídolos, seus heróis, todos erram. A soma de seus erros e arrependimentos é o que te trouxe até aqui, até onde você está agora e ajudaram a construir a pessoa que você é hoje. Valeu a pena para você? Se sim, você conseguiu transformar o arrependimento de algo que não te agradou em algo positivo. Mas se a pessoa que você é ou se onde você está não te agrada, mude. Reveja todos os seus arrependimentos e os utilize para ajudar a construir a pessoa que você quer ser ou em que lugar você quer estar no futuro.
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O sociólogo João Paulo Cavalcanti, 32, tinha 23 anos quando foi agredido por um namorado que o trancou em sua casa durante um rompante de ciúme. “Já vínhamos tendo brigas motivadas por ciúme e possessividade da parte dele. Até que um dia ele explodiu e me deu um soco. Na hora, achei que ele fosse me matar porque estava muito alterado. Fingi um ataque d asma, ele destrancou a porta, e eu saí correndo”, conta.
“Mas só consegui falar sobre o que aconteceu depois de sete anos e após fazer terapia. Tinha vergonha de falar que era gay, então nem me passava pela cabeça denunciar em uma delegacia. Também tinha vergonha por ser homem e ter apanhado. Achava que ia fazer um boletim de ocorrência e ouvir algo como ‘o viadinho que apanhou’”, diz.
Ainda que o termo violência doméstica seja usualmente relacionado a casais heterossexuais, a agressão sofrida por Cavalcanti também pode ser considerada violência doméstica, segundo especialistas ouvidos por Universa, uma vez que havia relacionamento íntimo entre os dois. Poderia ser, inclusive, enquadrada na Lei Maria da Penha, como já ocorreu em algumas decisões de tribunais brasileiros, mesmo que o texto da lei se refira à vítima como sendo uma mulher.
Na decisão mais recente, de agosto de 2019, um juiz da 4ª. Vara da Família de Belo Horizonte concedeu uma medida protetiva a uma vítima de agressão, impedindo que o ex-companheiro se aproximasse dele. “A lei fala de relações íntimas de afeto, por isso, inclui as homoafetivas. Por mais que a gente costume se referir à violência doméstica entre casais heterossexuais, ela também existe entre homossexuais homens. E já existe essa jurisprudência da Lei Maria da Penha ser acionada para a vítima pedir uma medida protetiva, embora sejam poucos os casos”, explica a advogada Maria Berenice Dias, vice-presidente nacional do IBDFAM (Instituto Brasileiro do Direito de Família) e autora de livros sobre direito homoafetivo.
Mais comum do que se imagina
Coordenador do Núcleo de Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial da Defensoria Pública de São Paulo, Vinícius Silva afirma que esse tipo de situação “acontece com muito mais frequência do que as pessoas imaginam”. No núcleo, diz receber vários desses casos, mas não consegue precisá-los por estar trabalhando remotamente durante a pandemia. “Muitos vêm pelo Disque 100 [serviço do governo federal de denúncias de violações de direitos humanos] e por e-mail. Antes do isolamento, as vítimas também nos procuravam presencialmente”, conta.
“As pessoas não pensam que pessoas LGBTs conseguem ser violentas com seus parceiros porque já é um grupo muito estigmatizado. Mas é uma realidade bastante comum por causa da própria sociedade em que nós crescemos, a gente acaba seguindo padrões de masculinidade, valores como o de posse do parceiro, que se reproduzem entre casais homoafetivos”, diz.
Vinícius acredita que, apesar da gravidade de uma agressão desse tipo e do fato de poder ser considerada violência doméstica, os gays que passam por situações como essa devem procurar outros mecanismos legais em vez da Lei Maria da Penha. “O ideal é continuar usando essa lei para prestigiar a luta das mulheres, para evitar que suas reivindicações sejam apagadas”, opina. “Ainda assim, a vítima não ficaria desamparada: há leis gerais no Código de Processo Penal que dão conta da situação e podem exigir, inclusive, o afastamento do agressor.”
LGBTs têm dificuldade para reconhecer agressão vinda de seus pares
A advogada Luanda Pires, integrante da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) e especialista em direito homoafetivo e de gênero, afirma que, muitas vezes, as próprias vítimas têm dificuldade de se reconhecer dentro de uma situação de violência doméstica.
“Os casais que vivem essa situação dizem que demoram para admitir porque não esperam que uma pessoa que também sofreu homofobia, que já foi vítima de agressões ou ofensas, possa praticar esses atos com um companheiro ou companheira”, explica.
Ela destaca que, entre lésbicas, a proteção da lei é mais explícita para essas situações, mas que homens gays também estão amparados legalmente. “É importante que as pessoas entendam que todos estão sujeitos, independentemente de orientação sexual, a passar por isso. Inclusive, tanto como vítima quanto como agressor ou agressora, porque, mesmo que tenha entendimento a respeito de direitos humanos, raça, gênero, a gente vem dessa construção social machista e acredita que, nas relações, sempre há alguém com mais força ou que pode se sentir ‘dono’ da outra pessoa”, diz Luanda.
“E ressalto que é importante observar o comportamento do parceiro ou da parceira desde as pequenas agressões de um relacionamento abusivo”, alerta. “Se a pessoa fala coisas que te ofendem, começou a te xingar ou deixar mal, já é o caso de procurar ajuda: pesquise na internet, busque uma rede de apoio ou coletivos ligados à causa LGBTQIA+. Assim, essa violência é reconhecida de forma mais rápida e a gente pode evitar que chegue a uma agressão física.”
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Perdoar, em geral, não é algo fácil para a maioria das pessoas, por envolver muitos sentimentos: raiva, decepção, frustração, mágoa, rancor… Porém, após fatores como tempo, maturidade e diálogo entrarem em ação, é possível superar a dor e seguir em frente. No entanto, há muita gente que até consegue superar o sofrimento causado pelos outros, mas emperra na hora de desculpar a si mesmo por alguma atitude ruim ou omissão. Por que perdoar a si mesmo é ainda mais difícil do que perdoar alguém?
Segundo Silvia Cury Ismael, gerente de psicologia do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo (SP), quando perdoamos nos propomos a esquecer aquilo que aconteceu e deixamos de estar presos emocionalmente a quem nos fez mal. “Já o auto perdão tem a ver com a autoexigência que praticamos conosco e como encaramos os erros que cometemos. Se errar significa falhar, ser incompetente ou fraco, então fica difícil o perdão para nós mesmos”, explica.
Pessoas com excesso de autocrítica e sensibilidade à culpabilização têm maior dificuldade em revelar e desculpar os próprios deslizes. “Em alguns casos, é como se colocassem uma lente de aumento no erro cometido. Há uma supervalorização da falha e, consequentemente, uma elevação da crítica. A culpa, nessas circunstâncias, assume a função de autoflagelo, diferentemente da função positiva de reparação que poderia desempenhar”, observa Natalia Novaes Pavani Araújo, psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, também na capital paulista.
O sentimento de culpa, associado à empatia, é fundamental para o desenvolvimento humano e para todo o processo de auto perdão. De acordo com Araújo, faz parte da natureza humana a testagem dos comportamentos e, em boa parte das situações, não é possível prever resultados.
“Cometemos enganos e faltas ao longo da vida. Em contextos em que uma determinada postura gera um problema, a culpa surge como um mecanismo de aprendizado, ou seja, sua função é a reparação. A culpa gera um sentimento ruim, que nos mobiliza a pedir perdão, seja a alguém ou a nós mesmos, e nos faz adotar uma nova postura”, esclarece a profissional.
A psicóloga Cristina Borsari, membro do corpo clínico da BP (A Beneficência Portuguesa de São Paulo), lembra que a culpa é um sentimento doloroso, mas necessário para o movimento de auto perdão. “Ela promove aprendizagem e estimula o crescimento pessoal e emocional. É claro que não é fácil identificar e reconhecer erros, mas a reflexão conduz a uma melhor consciência das próprias atitudes”, explica. E esse movimento vale para os comportamentos futuros.
Não se perdoar é ficar refém do passado
As pessoas que não se perdoam tendem a eternizar alguns momentos e experiências. É como se ficassem presas ao que passou, num círculo infinito de dor e penitência. A vida parece que não evolui. “Quando o sentimento de culpa não é ressignificado e transformado em aprendizado, ele tira a alegria de viver. O auto perdão é um jeito de evoluir e mudar esse cenário. E mais: passar dia após dia sob o peso da culpa é um caminho para desenvolver transtorno de ansiedade e até depressão”, pontua Borsari.
Nos casos que a culpa é utilizada como um castigo há uma deturpação do seu uso. Em vez de a culpa servir como disparadora de um novo posicionamento, um jeito mais maduro de lidar com um problema, ela funciona como punição em um ciclo vicioso: quanto mais culpa se sente, maior dificuldade de se perdoar e assim por diante.
O processo de perdoar é colocar o passado em seu devido lugar. “Se você recorre ao episódio problemático para trazer com ele toda a sua bagagem negativa, não está fazendo bem o exercício de posicionar o problema no passado. É como se ele e suas falhas aumentassem de tamanho e ficassem tão grandes que não existiria mais espaço simbólico para um bom presente e a possibilidade de um futuro saudável. Não existem ervas daninhas que precisamos cuidar, senão elas prejudicam plantas saudáveis? Sentimentos são semelhantes”, compara Araújo.
Na opinião de Ismael, alguns pontos da vida podem ficar estagnados. “A pessoa não evolui naquele contexto. Isso a impede de crescer com seus erros e insucessos e de evoluir. E pode, ainda, levá-la a ficar mais agressiva e impulsiva em situações nas quais se sente fragilizada ou exposta”, comenta.
Como desenvolver o auto perdão?
O primeiro passo para o auto perdão é fazer um exercício honesto de reflexão sobre o que realmente se deseja: seria a reparação, seja ela algo objetivo ou algo simbólico, ou a permanência num estágio anterior de culpa, correndo o risco de comportar-se de maneira vitimista? “Identificado o desejo de seguir adiante, pode-se fazer uma lista de ações de reparação. O que me ajudaria no auto perdão? Como eu gostaria de me sentir se já tivesse me perdoado? O que eu poderia fazer para me sentir dessa forma agora? Esses são alguns questionamentos que podem trazer respostas valiosas”, fala Araújo.
“Se aceitar como um ser humano falho também é fundamental. A compreensão de que todo mundo é passível de erros é essencial para assumir as respostas pelos próprios atos e aprender com isso. Nos perdoar significa limpar a própria mente e sintonizar com a melhor parte de nós, abandonando a vitimização”, endossa Borsari.
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