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Hoje, gostaria de abordar um tópico sensível, mas crucial: enfrentar traumas e transtornos psicológicos. Como psicólogo, compreendo que essa jornada pode ser assustadora e desafiadora, mas também é um passo corajoso em direção à cura e ao bem-estar.

O Que São Traumas e Transtornos Psicológicos?

Traumas são experiências emocionalmente dolorosas e impactantes que deixam cicatrizes profundas em nossa mente. Isso pode variar desde eventos traumáticos únicos, como um acidente, até experiências mais complexas, como abuso ou negligência.

Os transtornos psicológicos, por outro lado, são condições de saúde mental que afetam nossos pensamentos, emoções e comportamentos. Isso inclui condições como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e muitos outros.

Os Desafios de Enfrentar Traumas e Transtornos Psicológicos

  1. Isolamento: Muitas vezes, aqueles que enfrentam traumas ou transtornos psicológicos podem se sentir isolados e incompreendidos e muitas vezes seus relacionamentos futuros são todos influenciados por essas marcas da vida. É fundamental buscar apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde mental.
  2. Estigma Social: Infelizmente, existe um estigma em torno das questões de saúde mental, o que pode fazer com que as pessoas se sintam envergonhadas ou relutantes em buscar ajuda. É importante lembrar que enfrentar essas questões não é sinal de fraqueza, mas de força.
  3. Desconforto Emocional: O processo de enfrentar traumas e transtornos psicológicos pode ser emocionalmente desgastante. Pode envolver reviver eventos dolorosos ou explorar sentimentos difíceis. No entanto, é parte do caminho para a cura.

O Caminho para a Cura

Embora enfrentar traumas e transtornos psicológicos seja desafiador, é importante lembrar que a recuperação é possível. Aqui estão alguns passos que podem ajudar:

  1. Buscar Ajuda Profissional: A terapia com um psicólogo ou psiquiatra especializado é um recurso valioso. Eles podem fornecer apoio, orientação e estratégias para lidar com os desafios.
  2. Construir uma Rede de Apoio: Compartilhar suas lutas com amigos e familiares pode ser incrivelmente fortalecedor. Eles podem oferecer amor, compreensão e encorajamento.
  3. Auto-Cuidado: Cuidar de si mesmo é essencial. Isso inclui descansar o suficiente, praticar exercícios físicos, alimentar-se bem e encontrar maneiras saudáveis de lidar com o estresse e cuidar para que a vida não pare em função desses cuidados.
  4. Paciência Consigo Mesmo: A recuperação não acontece da noite para o dia. É uma jornada que requer tempo e paciência.

Em resumo, enfrentar traumas e transtornos psicológicos é um desafio, mas não precisa e não deve estar sozinho nessa jornada. Com apoio, compreensão e ajuda profissional, é possível superar essas dificuldades e caminhar em direção à cura e ao bem-estar.

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“Meu filho tem 13 anos e nunca teve nenhum problema de saúde, nenhuma doença grave, nada. Não estava saindo de casa durante a quarentena, as aulas eram todas online. Mesmo assim, contraiu Covid-19. Apesar de ser muito jovem, a doença evoluiu rápido e ele chegou a ter 50% do pulmão comprometido. Só não morreu porque teve acesso a um bom hospital, ficou internado no Albert Einstein, aqui em São Paulo. Caso contrário, não sei o que seria.

Coronavirus COVID-19 Prevention – Icon Set. Virus vector illustration

É extremamente doloroso saber que ele estava sendo bem tratado e imaginar que a maioria das mães não tem nem a chance de lutar. Me colocava no lugar das mulheres que não conseguiam nem um primeiro atendimento para suas crianças, que não encontravam vaga em hospital. Isso é desumano.

“Se eu, com toda condição de conseguiu um bom tratamento para ele, estava nessa situação, como fica quem não tem essa possibilidade?”

“Vou entrar com ação por dano moral contra Bolsonaro”

A internação durou oito dias. Foi uma tensão absurda, pois ninguém sabe como a doença se comporta em crianças. E se ele piorasse mais? Moro no interior de São Paulo, onde está minha família, e estava com meu filho na capital. Em um dado momento, ele disse que queria ir para casa, que não queria morrer longe de todo mundo. Eu tentava animá-lo, brincava, cantava músicas, fazia alguma palhaçada. Depois, ia para o banheiro chorar. Foram os piores dias da minha vida.

Sou advogada e comecei a estudar, lá no hospital mesmo, uma ação contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Vi que já um grupo de vítimas da covid e famílias que perderam alguém para a doença exigindo a responsabilização do presidente.

“Agora meu objetivo é responsabillizá-lo pessoalmente também. Vou entrar com uma ação por dano moral e material contra Bolsonaro, pedindo uma indenização.

Vou pedir a responsabilização do governo por eventuais omissões praticadas durante a pandemia de covid-19, isso porque o direito administrativo adotou, como regra, a responsabilidade objetiva do Estado em casos como esse. Mesmo em se tratando de responsabilidade subjetiva, quando se fala de culpa, por exemplo, os requisitos também estão presentes porque houve deficiência no atendimento das pessoas, falta de informação e ausência de ferramentas de vacinação e contenção da propagação da covid, sendo que é obrigação do Estado dispensar um tratamento digno e eficiente a todos, inclusive por recomendação de protocolos nacionais e internacionais.

Ter um presidente que estimula o contágio, que é irresponsável com a saúde das pessoas, que recusou compra de vacina, que promoveu campanhas falsas sobre ‘kit covid’, é cruel. E me revolta ver cenas como a que ele tirou a máscara de uma criança. É um desrespeito com todas as mães.

“Vamos começar a perder crianças”

Sem saber o que aconteceria com meu filho, voltei a rezar. Há alguns anos perdi uma irmã vítima de um motorista embriagado, e nesse episódio também perdi um poco a fé. Mas me peguei pedindo ajuda a Deus de novo.

Na primeira vez que o levei ao hospital, a médica que o atendeu falou que, por ser adolescente, teria sintomas leves, que não era para eu me preocupar. Mas o que começou com uma febre alta evoluiu para um cansaço até para comer.

Na segunda vez que levei ao hospital, com outro médico,  ele já estava com 15% do pulmão comprometido, taquicardia, sinais vitais oscilando. Internado, mesmo com toda a atenção da equipe de saúde, com tratamento de ponta e máscara de oxigênio, ele piorou.

Eu pedia, nas orações, para trocar de lugar com meu filho. Se alguém tivesse que morrer, que fosse eu. Foi uma dor e uma angústia absurdas.

Quase um mês depois de ter tido alta,  não diria que ele está totalmente recuperado. Na semana passada, por exemplo, teve crise de sinusite. Apareceram sequelas que no geral surgem em adultos.

Precisamos levar a sério a covid entre os mais jovens. Não sabemos o impacto da doença nessa população, estamos correndo um risco sério de ver aumentar a mortalidade infantil pela ausência de políticas públicas adequadas. Vamos começar a perder crianças.”

*Maíra Recchia, 40, é advogada e vive em Itapira (SP)

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/06/30/mae-sobre-filho-de-13-anos-internado-com-covid-grave-poderia-ter-morrido.htm

Há mais de um significado para o conceito de “sombra” na personalidade, mas antes de esmiuçá-los é importante avisar: todas as pessoas o têm, o que as difere é a maneira com que lidam com ele. “Ter ou não ter um lado sombra não é uma escolha. Ele faz parte de todos nós, se desenvolve a partir das experiências acumuladas ao longo da vida e pode tomar contornos bastante negativos, caso optemos por ignorá-lo”, diz a psicanalista Gisele Gomes, professora de Teoria Psicanalítica Freudiana na RNA Clínica e Escola de Psicanálise, em São Paulo (SP).

Man and a scibbled version of himself

A ideia tem origem na psicologia analítica desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961). A sombra é tudo o que foi negado, reprimido ou ainda permanece desconhecido pelo indivíduo e está recalcado – ou seja, reprimido – em seu inconsciente, o que também torna sua definição ligada aos estudos do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939).

De um modo mais simples, podemos definir a sombra como aquele lado da personalidade que acolhe instintos que insistimos em controlar, como a raiva, o ódio e a inveja, entre outros. “Todos nós temos em nosso inconsciente o bem e o mal, mas conhecemos a essa face sombria quando começamos a tornar consciente aspectos que consideramos ‘ruins’ ou ‘errados’, seja por questões educacionais, culturais ou sociais. A sombra é um ‘eu escondido’ cujas manifestações são rejeitadas por nós a todo o tempo”, afirma a psicanalista Andréa Ladislau, do Rio de Janeiro (RJ).

Mesmo reprimido, ele se manifesta

Segundo Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo clínico do IP-USP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo), a sombra é algo escondido na vida inconsciente e que, por ser assustador, fica à parte da personalidade. “O crucial não é identificar quando esse lado sombra se desenvolve, mas sim o que fica desintegrado da nossa personalidade e por quê. O que não é elaborado pode surgir como um comportamento estranho, um sintoma, que não pode ser compreendido somente pelas formas racionais de conhecimento, pois envolve os aspectos inconscientes de nós mesmos”, afirma.

Assim, o que rejeitamos em nós mesmos pode vir à tona em algum momento – pensamentos, emoções e impulsos que podem dolorosos, vergonhosos ou tóxicos demais para aceitar. Ressentimento, ciúme, mágoa ou inveja, só para citar alguns exemplos, de repente explodem na forma de atitudes nocivas, conflitos, agressões verbais e até violência física. É fundamental combater o sentimento de culpa por perceber nosso lado sombrio, uma vez que ele também faz parte de nosso ser.

“A questão é controlar e equilibrar para não fugir do que, culturalmente ou socialmente, é considerado ‘normal’ e ético para nossa vivência, sem trazer prejuízos para os outros e para nós mesmos”, fala Ladislau. Se deixarmos a sombra nos dominar e determinar nossos atos, podemos ceder espaço para manifestações neuróticas ou psicóticas, alimentando uma essência maléfica.

Como lidar com isso?

young woman looking fine on the outside but unwell in her emotions and mental state

Na opinião de Gomes, o efeito sombra pode ser sutil ou brutal – tudo depende de como as pessoas lidam com esse lado não consciente e imprevisível. “Para exemplificar, todos os dias as pessoas vivenciam algo que lhes traz algum tipo de ‘incômodo’, não é mesmo? Ou seja, convivemos com alguém que não nos agrada em nosso trabalho; assistimos com revolta fatos violentos como um assalto, um homicídio ou um feminicídio; acompanhamos assustados milhares de brasileiros em negação em relação à pandemia do novo coronavírus. Todas essas vivências trazem à tona, mesmo que brandamente, algo do nosso lado sombra, como o desejo de vingança contra um desafeto ou a vontade de exercer a justiça com as próprias mãos. Essas reações, drásticas ou meramente negativas, se originam nas sombras do nosso ser”, observa.

Uma forma de “eliminar” a sombra é jogá-la sobre ombros alheios. “Aquilo que rejeitamos ou não admitimos em nós mesmos também costuma ser projetado nos outros”, conta a psicóloga e psicanalista Gabriela Malzyner, professora do curso de Formação em Psicanálise do CEP (Centro de Estudos Psicanalíticos), em São Paulo (SP).

De acordo com Agostinho, algumas pessoas conseguem lidar melhor com o lado sombra do que outras por apresentarem mais facilidade para entrar em contato com o próprio mundo interno. “Pode ser que para elas o sintoma não seja a única forma de entrar em contato com o que se passa na mente e, assim, fica mais fácil se conhecer”, diz. Sob o ponto de vista do psicólogo, aceitar que há essa dimensão desconhecida em si mesmo pode ser uma boa forma de ficar de bem com o lado sombra. Aceitar que não conhecemos tudo, que não temos controle de tudo, que nem tudo está ao alcance da nossa compreensão seria, a meu ver, um bom começo”, aponta.

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/09/14/todos-temos-um-lado-sombra-da-personalidade-o-que-e-e-como-lidar-com-ele.htm

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Parece até revival da eleição de 2018. Na internet, amigos se atacam e se sentem magoados uns com os outros. Há quem seja expulso de grupos de WhatsApp e quem decida deletar redes sociais. Passados seis meses de pandemia, estamos todos no limite. Alguns de nós resolveram dar umas voltas, expandindo isso para um tal “novo normal”. Outros continuam trancados em casa, se limitando de tudo. E cada vez menos duas formas diferentes de agir conseguem se entender e conversar.

Young female neighbors talking from apartment windows during COVID-19 isolation

Resultado: como se não fosse o suficiente o medo do vírus e a incerteza econômica, ainda estamos brigando com nossos amigos!

Aconteceu com o jornalista Renato (o nome é fictício porque ele não quer criar mais confusão). Ele está há seis meses em casa com o marido em São Paulo. Só saiu duas vezes. Seus amigos mais próximos não têm feito o mesmo. “Briguei com a minha melhor amiga por causa disso. Agora, quando falo com ela, evito tocar no assunto da pandemia.” Segundo ele, “os amigos falaram que iam se encontrar na praça, e depois virou para ‘vamos todos alugar um sítio’. Renato não se conforma com o que considera falta de solidariedade e reconhecimento de privilégio. “Nós somos de classe média alta, podemos trabalhar de casa, não dá para só reclamar do governo e não fazer a sua parte, que é ficar em casa, para evitar que a epidemia se espalhe ainda mais”. Renato anda afastado dos amigos, o que torna seu isolamento ainda mais difícil.

A maioria das pessoas entrevistadas para esse artigo preferiram não se identificar para não aumentar ainda mais os conflitos. Caso da farmacêutica Marcela, de 43 anos, que já foi deixada de lado de um grupo de WhatsApp de amigos por causa do seu discurso pró isolamento.

“Tenho um grupo com meu marido e mais três casais de amigos, no começo da pandemia foi legal, fizemos vídeo chamada, festa no zoom. No fim do lockdown, já começaram as divergências, com gente querendo se encontrar pessoalmente. Trabalho dentro de hospital, então sigo todos os protocolos. Até que um dia um amigo do grupo sugeriu “furar o isô” (isolamento). Fiquei chateada, disse que não era de forma alguma a hora de fazer isso. Resultado, fiquei sabendo que criaram um outro grupo sem eu e meu marido. “Hoje, Marcela consegue rir da situação, mas a diferença de pontos de vista não está sendo fácil. “Eu até deletei minha conta no Instagram para não ver amigos na praia, em festinhas. Estava achando muito angustiante”, conta.

Sheila, engenheira de 43 anos, teve conflitos com amigas tão sérios que ela acha que “a amizade nunca será a mesma”. Ela é filha de uma empregada doméstica que perdeu o emprego na pandemia. E teve que lidar com amigas reclamando da falta de domésticas durante o isolamento. “Tenho um grupo de WhatsApp com amigas de classe média. Algumas ascenderam socialmente, passaram a ter mais grana. Em abril, começaram a reclamar da falta de empregadas domésticas. Em maio, já começaram a discutir quando as empregadas iam voltar, “já que todos precisam trabalhar”. Já ficou estranho. Até que em junho postaram uma foto de integrantes na piscina de uma casa de praia. Silenciei o grupo. Fiquei com muita raiva por estar fazendo tudo certo, com desespero, pensando que depois alguém iria limpar a casa.

Até hoje, ela se sente triste com o episódio. “O sentido da solidão se ampliou demais. O horror não está só entre os políticos, mas também entre nossos amigos e familiares.”

“Sem orientações oficiais, precisamos fazer nossas próprias regras”

A mágoa não acontece só entre quem não aceita amigos que não fazem isolamento. No caso da editora Maria, do Rio de Janeiro, ela e o filho se contaminaram com Coronavírus no início da pandemia. “Eu não sei como peguei, só estava saindo para ir ao supermercado. Fiquei super preocupada, com medo de passar para a minha mãe. Avisei todos os meus amigos. Até que uma amiga inventou e espalhou que eu tinha me contaminado porque tinha ido a um samba, você acredita nisso? “Além de ser mentira, ela foi julgada estando doente. “Acho que el anão fez por mal, é do tipo que perde o amigo mas não perde a fofoca… mas foi insensível, né!?”, lembra.

Maria, agora, admite estar em outro momento em relação ao isolamento. “Já não estou mais de quarentena. Tenho pedalado e até encarado restaurante vazio, com mesa externa. Mas sempre aviso isso aos amigos que encontro”, garante.

A nutricionista Aline seguiu a risca o isolamento nos 4 primeiros meses. Depois, cansada da falta de orientação do governo, resolveu fazer “as próprias regras”. “Tenho dois filhos pequenos de 4 e 2 anos., só eu sei como foi difícil manter estas crianças trancadas todo esse tempo. Hoje visito meus pais, deixo brincar com alguns vizinhos e estou programando uma viagem para um hotel que sei que segue orientações e protocolos”, conta. Quando compartilhou a decisão com os amigos, ouviu que ela “só faltava ir para a praia lotada”.

Aline ficou ofendida, mas resolveu não comprar briga. Fiquei chateada porque acho que são situações bem diferentes. Sem contar que o amigo que disse isso não tem filhos e não entende o que estou passando. Mas agora preciso fazer essas coisas escondidas dele”.

Desamparo geral

Quem está certo? Quem está errado? Bem, o que podemos afirmar é que todos nós estamos sofrendo. Segundo o psicanalista Paulo Beer, a falta de certezas do momento gera uma enorme angústia. “Estamos todos sem certeza de nada, não sabemos o que vai acontecer, não sabemos quando, tudo isso nos coloca em um lugar de desamparo”, explica.

“Para sobreviver a essa incerteza, as pessoas criam sistemas para se defender. Se você discorda, não está discordando só de uma ideia, mas de algo muito valioso, uma crença que ela criou para se defender”, diz.

Exemplo banal: “eu limpo todas as compras com álcool gel e isso me deixa calma, logo me irrito com quem diz que o que faço não tem sentido”. Ou: “eu levo a vida normal porque não consigo lidar com essa incerteza”.

Como reagimos quando alguém bate de frete com essas maneiras que criamos? Tiramos do grupo de WhatsApp, passamos a evitar, brigamos.

Mas, bem, brigar com os amigos no meio de uma pandemia mundial, em um momento tão difícil, não parece ser uma boa ideia, né? Como fazer?

“Se a gente reconhecer que mesmo a outra pessoa que age e pensa muito diferente da gente também está angustiada, isso pode ajudar”, diz o psicanalista.

“E tem mais, se a gente olhar com calma, pode ver que até alguns conselhos que são irracionais têm por trás o desejo de cuidar. Até quem fala que “Todos têm que trabalhar”, de certa forma, quer cuidar do outro.

O que seria mais confortante e útil? Tentar ter conversas que não sejam disputas de quem tem razão. Vamos lá. É difícil, mas a gente consegue. Lembre: todos estamos sofrendo.

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/colunas/nina-lemos/2020/09/30/fica-em-casa-x-dar-uma-voltinha-pandemia-

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Em um mundo ideal, o perfeccionismo deveria ser sinônimo de uma busca constante pelo aperfeiçoamento em todos os campos da vida: profissional, amoroso, social, familiar. Bem equilibrado e saudável, trata-se de uma característica que nos ajuda a evoluir e a conquistar nossos objetivos.

Group of children photographed from above on various painted tarmac surface at sunset

Porém, às vezes a mania de perfeição acaba se tornando exagerada, “engessando” o dia a dia, a rotina no trabalho e a convivência com as pessoas. Nesses casos, o perfeccionismo exige demais de si mesmo. “O problema é que nem sempre o melhor de si é alcançável, pois a todo o momento a pessoa pensa que poderia ter feito melhor o que se propôs a fazer. E, assim, nunca estará satisfeita com as suas realizações”, explica Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo clínico do IP-USP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo).

Dessa forma, o perfeccionismo se converte em escravo da própria exigência, encontrando falhas e defeitos nos mínimos detalhes e vivendo sempre descontente. “No trabalho, se tiver cargo de chefia o perfeccionista costuma pegar no pé dos colegas para tentar controlar tudo. Outra dificuldade é delegar tarefas. Como acredita que ninguém desempenhará uma tarefa de acordo com suas expectativas, cria situações difíceis e fica constantemente sobrecarregado”, diz Nikolas Heine, psiquiatra do Hospital 9 de Julho, na capital paulista.

Para Yuri Busin, psicólogo e doutor em Neurociência do Comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e diretor do CASME (Centro de Atenção à Saúde Mental), em São Paulo (SP), numa sociedade onde a excelência é valorizada, prezar pelo perfeccionismo pode ser algo positivo. Entretanto, existe um ponto em que o impulso pela perfeição pode ir longe demais.

“Quando a motivação pela qualidade trabalha junto com o ego ou o senso de valor próprio de alguém, a mania de perfeição é prejudicial e até viciante para o indivíduo. Se alguém se sente bem apenas quando é perfeito, então terá que trabalhar mais e mais para não cometer algum erro inevitável. Nisso, a pessoa inicia uma jornada de dedicação desproporcional, potencializando seu nível de frustração quando não alcança o objetivo idealizado, gerando muito sofrimento”, observa.

A exigência interna pode “vazar” para os relacionamentos interpessoais, de acordo com Agostinho, levando o perfeccionista a exigir, das pessoas com quem convive a perfeição como meta. A convivência vira um suplício, pois nada estará bom, limpo, bem feito ou organizado o suficiente aos olhos dele. Se identificou? Romper esse padrão nem sempre é algo simples, mas é possível com algumas mudanças no jeito de conduzir a vida. Eis algumas recomendações:

  1. Assuma sua condição

Conscientizar-se desse processo constante de exigência interna é o primeiro passo rumo à liberdade. Aceite que a vida tem imperfeições e que toda pessoa pode cometer falhas.

2. Aceite que o que faz tem valor

“Mesmo que não atinja as altas expectativas que você alimenta”, completa Agostinho. Limitar o número de vezes que irá refazer ou revisar um trabalho é uma ótima forma de exercer controle sobre o próprio perfeccionismo”, endossa Busin.

3. Reflita: de onde vem a necessidade de ser exemplar em tudo?

Normalmente, esse traço de personalidade é gerado na infância, o que requer entender que criou padrões muito exigentes para si mesmo. Esses padrões provavelmente foram aprendidos com experiências com os pais ou cuidadores e sua baixa tolerância a erros. Porém, lembre-se: hoje você é uma pessoa adulta e pode definir suas próprias crenças e seus próprios modos de agir.

4. Entenda que cada pessoa tem um jeito próprio de “funcionar”

No trabalho, tente delegar – comece com tarefas menores. Em casa, domine as implicâncias em relação ao jeito de os familiares arrumarem ou organizarem as coisas. Ao reparar com olhos de crítica o comportamento alheio, você acaba sofrendo dobrado. Não existe um jeito “certo” ou “errado” de fazer certas coisas, mas o jeito de cada um concretizá-las. Experimente você também outras formas de realizar tarefas. Isso pode ser um hábito positivo para minimizar a angústia pela excelência.

5. Pratique esportes

Segundo Heine, os esportes radicais são os mais indicados. Skate, surfe e slackline, por exemplo, são esportes que exigem que você atue de forma criativa, espontânea e até artística, para superar problemas. “São atividades em que a preparação não é tão importante quanto a ação do próprio esporte”, diz o médico.

6. Pratique o autoconhecimento

O medo de não pertencer, de não ser reconhecido, de ser rejeitado pelo grupo impede o indivíduo de desfrutar de suas próprias imperfeições. Reconhecer que não é perfeito requer uma dose de autoestima, segurança e, principalmente, humildade. “Todos cometem erros. Se uma pessoa não é boa em determinada tarefa, muito provavelmente é boa em outra. E lembre-se: seus medos e falhas, tão imperfeitos, ajudaram a construir a pessoa que você é hoje. A ideia de perfeição foi normatizada pela sociedade atual, algo que não é natural. Por isso, é preciso apreciar as peculiaridades, as falhas, a singularidade das coisas. Sinta as imperfeições, porque essas características são o que tornam você uma pessoa especial e única”, pontua Yuri. “Avalie também se a busca pelo perfeccionismo não pode esconder imperfeições e insatisfações com as quais nem sempre quer entrar em contato”, comenta Agostinho.

7. Alimente expectativas realistas

Trace objetivos possíveis de serem realizados, tendo como base as suas vontades e necessidades. Depois, dê pequenos passos. Pense nos seus objetivos de maneira sequencial, mas sem flexibilidade. Concentre-se no processo de fazer a atividade, não apenas no resultado final.

8. Faça perguntas difíceis

Exemplos? “Eu tenho colocado metas impossíveis para mim?”, “Se eu errar, qual é a pior coisa que poderia acontecer?” e “Se eu errar, posso aprender com a experiência?”.

9. Saiba que “feito é melhor do que perfeito”

Em geral, muitos perfeccionistas são procrastinadores, porque dificilmente concluem um trabalho com medo do resultado. Vale impor um limite para correções.

10. Preste atenção aos exageros

O perfeccionismo pode se transformar em um transtorno de personalidade que exige um tratamento psiquiátrico se você sofrer demais no dia a dia, apresentando dificuldades de tomar decisões ou concluir atividades. Insônia, alimentação desequilibrada, falta de ar, sudorese e sintomas de ansiedade como taquicardia e pressão no peito merecem atenção.

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/09/09/mania-de-perfeicao-tem-prejudicado-suas-relacoes-10-dicas-para-reverter.htm

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Nós, seres humanos, somos um poço de contradições e imperfeições. Por mais que a gente se esforce para ampliar a visão de mundo que nos foi contada, não é raro que pensamentos mesquinhos ou invejosos venham nos visitar. De repente somos tomados por sentimentos que se opõem a crenças e princípios, e revelam a dificuldade que é evoluir emocionalmente.

Language play with a stop sign. A declarative against fear.

Quem nunca culpou o outro, mesmo que mentalmente, pelo nosso país nunca dar certo? Ou então acreditou que o motivo do erro de alguém tivesse a ver com a sua raça, classe, gênero, religião ou orientação sexual? E se deixou levar pelo chavão “tinha que ser” e inferiorizou o próximo simplesmente por ele ser diferente de você?

São reações que estão ligadas com desamparo e fragilidade interiores, que causam angústia ao se deparar com aquilo que foge do próprio repertório. Ao culpar ou inferiorizar o outro, de certa forma alivio o incômodo que sinto por ele não se enquadrar aos sistemas de rótulos aos quais estou acostumado.

Muitas vezes são padrões convencionados como ideais na sociedade, a partir de práticas e características que devem ser almejadas e valorizadas por todos. Aqueles que fogem dessa representação hegemônica tida como bem aceita não são dignos da minha humanidade. Desqualifico o próximo para justificar a repulsa que sinto.

Mas de onde surge esse impulso de inferiorizar o outro? O que leva tanta gente a perpetuar desavenças e reproduzir discursos intolerantes e preconceituosos?

De volta ao divã

Para variar, o pai da psicanálise tem explicações para esse ódio, sentimento que experimentamos antes do amor, e um dos mecanismos mais primitivos de discriminação entre o “Eu” e o “Outro”. Freud classificou de “Eu-Prazer” o estágio no qual o sujeito se identifica com tudo aquilo que lhe proporciona satisfação, e projeta tudo o que lhe é desprazeroso no Outro.

“Trata-se de uma vivência ilusória de total autossuficiência, na qual o Outro é interpretado como puro empecilho às satisfações do Eu; empecilho que deveria ser eliminado”, afirma Eduardo de São Thiago Martins, psicanalista e psiquiatra, membro associado da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo).

A próxima etapa é desenvolver o chamado “bom sentimento de si”, quando todos aqueles que são diferentes do sujeito não precisam mais ser encarados como ameaça à integridade do Eu. Assim surge a noção de alteridade, que identifica e reconhece as diferenças do Outro, e que possibilita aceitar que existem outras origens, outras culturas e outras subjetividades no mundo compartilhado por nós.

Mas nem sempre esse processo é bem-sucedido e pode se prolongar por toda a vida, numa deficiência que costuma ser agravado em situações de adversidade. “É importante ressaltar que o desenvolvimento psíquico do ser humano não se dá de modo linear. Os estágios primitivos ou infantis não ficam para trás conforme modos de defesa mais elaborados são desenvolvidos. Eles seguem latentes no sujeito como núcleos defensivos que podem ser recrutados a qualquer instante”, detalha Martins.

Assim, quando o nosso psiquismo julga que a existência está ameaçada, mais brutal e menos lapidada é a nossa reação.

Normal é ser diferente

Apesar do grande avanço na formação do ser quando há o entendimento de que existem diferenças de identidade e que não se pode ditar todas as regras do mundo, essas experiências de alteridade e coletividade são complexas e exigem muito trabalho psíquico aos indivíduos. Nada mais cômodo do que fechar os olhos para as renúncias que temos que fazer diariamente e sonhar com uma realidade onde as únicas regras existentes são as que nos favorecem.

A solução? Projetar os defeitos e as nocividades no próximo. Criar narrativas para estigmatizar certos grupos e beneficiar outros. Estabelecer marcas de desqualificação para legitimar atos de dominação social e política, como a invasão e tomada de territórios, e a escravização e genocídio de populações. Estabelecer estruturas de poder e superioridade que limitam direitos e mantêm privilégios.

The Discrimination highlighted in a blue toned image.

Ao longo da modernidade, a construção do outro enquanto diferente não teve como base a aceitação e a troca de experiências plurais e diversas, mas surgiu a partir da imposição de marcadores que delimitavam uma única via a ser seguida: a da normalidade. E tudo aquilo que estivesse fora dessa convenção, moldada pela moral e pelos bons costumes, seriam os algozes, culpados e causadores da desordem e do caos social.

“Por isso, estamos acostumados a atribuir a alguns corpos performances sociais marginalizadas como a promiscuidade, criminalidade, baixa intelectualidade, naturalizando o lugar da diferença, e também a discriminação e as desigualdades sociais e raciais”, destaca a psicóloga Veridiana Machado, professora na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e coordenadora da ANPSINEP (Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es)).

A doença reforça que até hoje várias ações e discursos são fundamentados em demarcadores étnicos, culturais, sociais e de gênero, e ainda são vastamente reproduzidos para exaltar o nacionalismo e a supremacia hetero-branca-masculina. “São marcadores de controle usados para subalternizar e desumanizar aqueles que escapam de seus espelhamentos.”

Bode expiatório

Dessa forma, a reação mais comum é a de intolerância com os diferentes e de gratificação ao estar entre os iguais, numa maneira simples de não assumir e nem confrontar as minhas limitações e o receio do próprio Eu em adentrar por regiões desconhecidas que podem amedrontar. Outra saída bastante comum e que vem sendo empregada há séculos é o chamado “bode expiatório”. Funciona com a escolha de alguém ou de um povo para carregar todo o mal que precisamos extirpar, de modo a não sermos atacados.

“Esse comportamento mágico, nocivo por si, infelizmente tende a ser manipulado por figuras que exercem poder e influenciam seguidores, aparentemente racionais em suas alegações, mas basicamente movidos por emoções muito primitivas e exacerbação de ódios. Por isso que o preconceito racial, de gênero, religioso e qualquer outro necessita ser combatido como uma ignorância e despreparo da possibilidade de conviver”, enaltece a psicóloga Liliana Liviano Wahba, analista junguiana e professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Usualmente a adesão a essas ideias superficiais e estereotipadas, que não resistem a argumentos, ocorre por meio de uma identificação afetiva, na qual a tonalidade é o ódio e o outro é o meu maior problema. O “bode expiatório” é o culpado pelo caos da cidade, pelo desemprego elevado, pelas dificuldades econômicas e até pela falta de perspectiva dos dias atuais. Curiosamente é durante períodos de escassez de recursos e crise financeira que despontam supostas lideranças dispostas a resolver todos os males, inclusive a corrupção, não por meio de propostas, mas sim pela eliminação daqueles que são os culpados pela desgraça do país ou do mundo.

O psicólogo Fernando Gastal de Castro, professor associado do Instituto de Psicologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), acrescenta que é um discurso muito antigo na nossa sociedade, e retorna de tempos em tempos, principalmente “em momentos de anomia social, de crise das instituições e das relações sociais”. Quando crescem as vulnerabilidades e a desesperança e das relações sociais”. Quando crescem as vulnerabilidades e a desesperança, a identificação do outro como a razão dos meus tormentos ganha força pelo afeto do ódio. “A dificuldade da nossa e de outras nações é justamente criar um modelo social em que caiba todo mundo, onde todos possam dizer ‘minha sociedade’”.

Para Freud, essa necessidade de ter o Outro como inimigo faz parte do chamado “narcisismo da pequena diferença”, no qual o sujeito frágil deixa de pensar por si e se torna um replicante dentro da massa, que se organiza no combate daqueles que estão distantes dos ideais do grupo. “Em outras palavras, falar mal do vizinho pode salvar um almoço em família. Ter um inimigo em comum, alguém para eliminar, mantém os laços entre os indivíduos da organização. Caso contrário, suas próprias pequenas diferenças vêm à tona, dissolvendo o sentimento grupal e expondo o Eu ao seu desamparo constitutivo”, diz Martins.

Respeito às necessidades e especificidades

Language play with a stop sign. A declarative against fear.

O psicanalista acredita que boas experiências de coletividade e de alteridade seriam a melhor forma de buscar a transformação do sujeito narcisicamente ferido, o que seria possível com um governo que atuasse para redução das desigualdades e a garantia das condições de vida fundamentais aos cidadãos (moradia, saúde, educação, segurança, transporte, cultura).

“Assim, o Outro não seria mais encarado como uma ameaça à integridade do Eu, e sim como um colaborador nas diferenças, capaz de lhe estender a mão e de ampliar o repertório de identificações. Quanto mais elaborados forem o ‘sentimento de si’ e o ‘sentimento de pertencimento’, menos sentido farão as fábricas de inimigos.”

Ao não terem acesso aos direitos e serviços básicos, as populações subalternizadas sofrem violência pelas mãos do próprio Estado, e ficam em condições assimétricas com o que se chama de humanidade. Na avaliação da psicóloga Veridiana Machado, é um aluta constante para sobreviver e para enfrentar esse comportamento desumanizador, que já está institucionalizado há anos, e só pode ser enfrentado com a adoção de uma nova proposta ética, estética e política da diferença.

“É atribuir ao outro o olhar da positividade em detrimento da negativação, reconhecer as singularidades daquele corpo como uma multiplicidade de potências, abrir mão da competitividade e da anulação para a coexistência e cooperação, adotando uma postura antitotalitária, de respeito ao próximo e às diversidades.”

Conviver e conhecer o outro é uma das possibilidades de romper com o silenciamento histórico de muitos povos. Permitir que esse sujeito fale e de fato seja escutado abre espaço para que suas histórias, constantemente invisibilizadas, sejam narradas de forma com que também suas existências passem a ser consideradas. A partir dessa interação surge a oportunidade de construir outras narrativas de si, do próximo e do mundo, que expressem outros sentidos e significados numa elaboração consciente e sensibilizada em relação às singularidades de cada um.

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/07/31/por-que-existem-pessoas-intolerantes-psicologia-tem-algumas-explicacoes.htm

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Dog (Black Pug) looking guilty after tearing up newspaper in the kitchen

Dog (Black Pug) looking guilty after tearing up newspaper in the kitchen

Ser humano é tomar decisões erradas, propositalmente ou não. Fazer algo imprudente, ou para o qual não está devidamente preparado, negligenciando partes importantes, sob influência de drogas ou tudo isso junto, não importa: ser humano é ser imperfeito, é ter sido injusto ou até se acovardado. E arrepender-se é algo que nos faz humanos. Todo mundo se arrepende na vida. E tudo bem.

“Quando cometemos erros ou escolhas consideradas erradas, o arrependimento pode servir de um aprendizado sobre nós e sobre o outro, gerando um sentimento de responsabilidade e cudiado”, afirma Audrey Setton, psicóloga e psicanalista, secretária-adjunta da diretoria da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo).

Se o arrependimento for usado apenas como culpa e como autorrecriminação ele gera menos valia e depressão, não permitindo a expansão do que a psicanálise chama de “aprender com a experiência”. Pode ser que uma pessoa realmente arrependida pague caro com seus sentimentos por um bom tempo.

“O arrependimento pode ter a função de acabar com a sua energia para vida ou te fazer melhor, dependerá do que você vai fazer com seu sentimento”, analisa Luiz Carlos Scocca, psiquiatra e médico colaborador pelo hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (HC/FMUSP). Assim, complementa, dependendo do que faz, o arrependimento pode destruir sua saúde mental, mas pode também te deixar mais forte, na medida que mostra o quão humano você é e o quanto pode melhorar.

Quer usá-lo de um jeito positivo? Reunimos cinco dicas para isso a seguir:

Aceita que dói menos

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Bull Mastiff, Sad Dog, Guilty Dog, Bad Dog, Puppy Dog Eyes, Puppy Eyes, Large Dog Breed Concepts: Depression, Sadness

Um estudo feito por pesquisadores chineses, publicado no The Journal of General Psychology concluiu que o arrependimento gera um esfotamento mental, enquanto quando utilizado de forma positiva, acontece o oposto. O estudo mostrou que o arrependimento prejudicou o desempenho em tarefas subsequentes. Além disso, encontrar benefícios nos eventos que provocam arrependimentos melhorou o desempenho nas outras tarefas seguintes. Ou seja, após o primeiro sentimento de negação, a análise e compreensão do ocorrido, seguido pela aceitação e as possibilidades de mudanças, mudaram os sentimentos das pessoas em relação aos acontecimentos que geraram os arrependimentos.

Desapegue e deixe ir

Arrependimentos podem ser torturantes. Ainda mais quando se tornam uma ideia ou pensamento fixo. “Uma pessoa presa em um ciclo de arrependimento devido à sua rigidez e inflexibilidade não sairá do lugar, tamanha a energia mental que isso exigirá”, explica Scoca. Reconhecer que o que está feito está no passado e não existe a possibilidade de voltar no tempo é a maneira mais sensata de seguir em frente. Deixe o passado onde ele deve estar e deixe ir os sentimentos negativos: se não é possível voltar, é possível trilhar um novo caminho, com os aprendizados e sentimentos obtidos. O arrependimento pode mostrar o que não fazer ou repetir no futuro.

Mude os hábitos para não cometer sempre os mesmos erros

Já aconteceu com você de ter de acordar às 06h da manhã e ficar até às 03h navegando na internet ou assistindo TV? Ou ainda ir ao supermercado comprar todas as besteiras que você sabe que irá devotar tudo de uma vez e que não te fazem bem? Aí depois você se arrepende e pensa: nunca mais faço isso. Mas não demora muito e lá está você novamente agindo da mesma forma. Essas condutas roubam enorme energia.

Analise esses comportamentos nocivos e aprenda como funcionam suas armadilhas. “Isso é aquisição de autocontrole e aqui o arrependimento pode te ajudar a gradualmente mudar esses hábitos que te incomodam ou prejudicam”, orienta Scocca.

Desconfie da negação

arrependimento02

A cute white Shih Tzu has pulled the toilet paper down the hall and had been caught

Quem diz que não tem arrependimentos, é possível que esteja perdendo uma grande oportunidade de ser melhor, pois está em negação. “Sempre desconfie da negação” É um dos mais primitivos mecanismos de defesa e pode impedir o crescimento”, diz Scocca. Mesmo para grandes questões, exemplifica o psiquiatra, como “trabalhei demais e não vi meus filhos crescerem”, ou “comecei tarde demais a preparar minha aposentadoria”, ou ainda “fiquei tempo demais naquele relacionamento tóxico”, é importante lembrar que errar e se arrepender são fatos e emoções humanas e que nunca é tarde para você. “Ainda que só reste o arrependimento, é possível carregá-lo, porque, novamente, é humano. Acredite que sempre está aprendendo, mesmo quando for bem velhinho estará aprendendo. Acredite que é capaz. Você não acredita mesmo que só fez escolhas erradas na vida, não é?”, indaga.

Respeite o tempo

Dar tempo para o arrependimento acontecer também é importante. Demora menos para se arrepender de não ter trazido o guarda-chuva do que ter alugado aquele apartamento que tem tanto barulho à noite. É muito difícil mudar hábitos, como ficar demais no computador, ou no celular, por exemplo. A dica do Scocca é agir como se você tivesse feito um trato: o de ir mais cedo para cama sem nenhum aparelho e tente pensar no conforto de fechar os olhos, ouvir uma música sua e a delícia de cair no sono. Mas tente fazer isso gradualmente. “Não vai te impedir de errar de novo. Mas, aos poucos, vai fazer uma mudança na maneira como você pensa, te ajudará a ganhar melhores hábitos e, talvez, quem sabe um pouco – é o que lhe desejo – se perdoar”, conclui.

Pare para pensar que todo mundo já errou, erra e errará, como você. Seus ídolos, seus heróis, todos erram. A soma de seus erros e arrependimentos é o que te trouxe até aqui, até onde você está agora e ajudaram a construir a pessoa que você é hoje. Valeu a pena para você? Se sim, você conseguiu transformar o arrependimento de algo que não te agradou em algo positivo. Mas se a pessoa que você é ou se onde você está não te agrada, mude. Reveja todos os seus arrependimentos e os utilize para ajudar a construir a pessoa que você quer ser ou em que lugar você quer estar no futuro.

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/07/27/arrependido-de-algo-5-dicas-para-usar-esse-sentimento-de-forma-positiva.htm

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Photo taken in Fjällbacka, Sweden

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Só quem já conseguiu perdoar verdadeiramente alguém sabe a sensação de leveza e tranquilidade que isso traz. E essa sensação vem, inclusive, acompanhada de outras vantagens para nossa saúde física e mental. Porém, para conquistar tudo isso, é preciso respeitar o processo e se permitir, porque esse ato tem mais a ver com nós mesmos do que com a pessoa que enxergamos como objeto de nosso perdão.

A noção de perdão em nossa cultura é carregada de uma conotação moral, é considerado um ato de amor que produz uma transformação nas pessoas, que redime e nos torna melhores do que antes. “A ideia é bonita, está presente na poesia, mas deixa de lado algo psiquicamente mais importante, que é a ideia de que o verdadeiro perdão envolve reparação”, explica o psicólogo e psicanalista Christian dunker, professor titular do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). Porém, uma coisa é certa: vale a pena se dedicar a essa empreitada.

Como conseguir perdoar?

É comum imaginarmos o ciclo do perdão completo quase como uma página em branco. Sem mágoas, sem ressentimentos, mas também sem história, algo impossível de alcançar. Então, imagine que o processo do perdão é como olhar para suas dívidas simbólicas. Assim como você tem o banco, que registra o que comprou, gastou, quanto precisa devolver e retribuir, todos temos um passivo com pessoas, situações, lugares, com nossos sonhos, o que se deixou de fazer. Por isso, a inspeção dessa dívida simbólica é importante.

Sorry word written on adhesive sticky notes.

Sorry word written on adhesive sticky notes.

“Quem fica obcecado com a página em branco é porque não quer ver o extrato bancário, porque está com medo. Esse é o primeiro momento, olhar e ver o real tamanho da dívida simbólica, porque ao mantermos isso fechado, os juros aumentam, o valor se inflaciona e vira um monstro que, na realidade, não existe, mas existe na fantasia”, elucida Dunker.

Depois é chegada a hora de pensar nos atos reparatórios. Cada pessoa tem um jeito. Como pagar aquela dívida, em que moeda? De que forma? Isso não importa, o que vale é acontecer a reparação da experiência prejudica. “Pense com calma em como prefere consertar isso. Existem pessoas que podem ajudar a fazer isso, conversas que ajudam. Muitas vezes em conversas com amigos, pessoas que confiamos e mudamos nosso entendimento, procurando um ângulo em que a história possa ser recontada”, ele reforça.

9 pontos para ter atenção ao perdoar

Perdoar é muito bom, mas exige bastante autoanálise, atenção e dedicação. Para Frederick Luskin, pesquisador sobre esse tema e diretor do Forgiveness Projects (Projeto do Perdão), da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, existem nove pontos importantes para seguir e refletir na hora de embarcar nessa jornada:

  1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que aconteceu e seja capaz de articular o que está acontecendo com essa situação atualmente dentro de você. Em seguida, conte a algumas pessoas em que confia
  2. Crie um compromisso consigo mesmo para fazer o que for necessário para se sentir melhor.
  3. O perdão é para você e mais ninguém. O perdão não significa necessariamente reconciliação com a pessoa que o magoou ou tolerar a ação dela. O que você procura é a paz.
  4. Obtenha a perspectiva correta sobre o que está acontecendo. Reconheça que sua angústia primária vem dos sentimentos feridos, dos pensamentos e das perturbações que você está sofrendo agora, não do que o ofendeu ou machucou há dois minutos – ou dez anos. O perdão ajuda a curar esses sentimentos feridos.
  5. No momento em que você se sentir chateado, busque formas simples de controlar o estresse fazendo algo que gosta para aliviar o corpo ou combater essa resposta.
  6. Desista de esperar coisas de outras pessoas. Reconheça as “regras obrigatórias” que você tem para você mesmo e para os outros de como tudo deve ser.
  7. Deposite sua energia em procurar novas maneiras de alcançar seus objetivos, além da experiência que o machucou. Em vez de repetir mentalmente sua mágoa, procure novas maneiras de conseguir o que deseja.
  8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é sua melhor “vingança”. Em vez de focar em seus sentimentos feridos e, assim, dar à pessoa que causou dor sobre você, aprenda a procurar o amor, a beleza e a bondade ao seu redor. O perdão é sobre poder pessoal.
  9. Encerre sua história de queixas e comece a focar da sua escolha pelo perdão.

Como o perdão pode fazer bem para quem perdoa

Photo taken in Luanco, Spain

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Conseguir se livrar da mágoa pode ajudar principalmente na redução do estresse e na mudança da percepção de perigo em relação às outras pessoas. “Quando não perdoamos, o mundo é um lugar mais assustador. É mais provável que você sinta desconfiança e que ofenda mais facilmente”, diz o psicólogo Luskin. O perdão nos ajuda a entender também que podemos lidar com a nossa dor para que tenhamos maior probabilidade de confiar novamente. Abaixo, veja outros venefícios do perdão, de acordo com Luskin:

– Reduz a pressão sanguínea em pessoas muito estressadas;

– Ameniza a tensão muscular;

– Diminui os riscos de doenças cardíacas;

– Melhora o sistema imunológico;

– Reduz o estresse e a depressão.

Uma análise de diversos estudos feita por pesquisadores do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da University College London, na Inglaterra, mostrou que raiva e a hostilidade podem aumentar a incidência de doenças cardíacas em pessoas saudáveis. Os pesquisadores inclusive sugerem que intervenções voltadas para a administração da raiva e da hostilidade sejam adotadas como parte de programas de prevenção de doenças cardíacas. “O perdão é extremamente eficaz no controle da raiva, pois seu objetivo é exatamente esse: libertar a pessoa que perdoa dos efeitos nocivos que surgem quando nos vemos prisioneiros dessas emoções”, conta Flora Victoria, mestre em psicologia positiva aplicada pela Universidade da Pensilvânia.

Existem também inferências indiretas do perdão. Um processo de perdão abandonado pela metade gera um nível elevado de culpa. Já a culpa é uma variante da angústia. “Quanto mais angustiados, mais expostos ficamos para doenças psicossomáticas, desenvolvimento de sintomas psicológicos, dificuldade em ter contato com o outro de forma empática. Nos individualizamos, ficamos solitários conforme não criamos laços”, destaca Dunker.

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/02/20/perdao-nao-e-so-sobre-esquecer-o-que-houve-9-pontos-para-levar-em-conta.htm

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Two male wood cutouts standing apart

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O sociólogo João Paulo Cavalcanti, 32, tinha 23 anos quando foi agredido por um namorado que o trancou em sua casa durante um rompante de ciúme. “Já vínhamos tendo brigas motivadas por ciúme e possessividade da parte dele. Até que um dia ele explodiu e me deu um soco. Na hora, achei que ele fosse me matar porque estava muito alterado. Fingi um ataque d asma, ele destrancou a porta, e eu saí correndo”, conta.

“Mas só consegui falar sobre o que aconteceu depois de sete anos e após fazer terapia. Tinha vergonha de falar que era gay, então nem me passava pela cabeça denunciar em uma delegacia. Também tinha vergonha por ser homem e ter apanhado. Achava que ia fazer um boletim de ocorrência e ouvir algo como ‘o viadinho que apanhou’”, diz.

Ainda que o termo violência doméstica seja usualmente relacionado a casais heterossexuais, a agressão sofrida por Cavalcanti também pode ser considerada violência doméstica, segundo especialistas ouvidos por Universa, uma vez que havia relacionamento íntimo entre os dois. Poderia ser, inclusive, enquadrada na Lei Maria da Penha, como já ocorreu em algumas decisões de tribunais brasileiros, mesmo que o texto da lei se refira à vítima como sendo uma mulher.

Na decisão mais recente, de agosto de 2019, um juiz da 4ª. Vara da Família de Belo Horizonte concedeu uma medida protetiva a uma vítima de agressão, impedindo que o ex-companheiro se aproximasse dele. “A lei fala de relações íntimas de afeto, por isso, inclui as homoafetivas. Por mais que a gente costume se referir à violência doméstica entre casais heterossexuais, ela também existe entre homossexuais homens. E já existe essa jurisprudência da Lei Maria da Penha ser acionada para a vítima pedir uma medida protetiva, embora sejam poucos os casos”, explica a advogada Maria Berenice Dias, vice-presidente nacional do IBDFAM (Instituto Brasileiro do Direito de Família) e autora de livros sobre direito homoafetivo.

casalMais comum do que se imagina

Coordenador do Núcleo de Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial da Defensoria Pública de São Paulo, Vinícius Silva afirma que esse tipo de situação “acontece com muito mais frequência do que as pessoas imaginam”. No núcleo, diz receber vários desses casos, mas não consegue precisá-los por estar trabalhando remotamente durante a pandemia. “Muitos vêm pelo Disque 100 [serviço do governo federal de denúncias de violações de direitos humanos] e por e-mail. Antes do isolamento, as vítimas também nos procuravam presencialmente”, conta.

“As pessoas não pensam que pessoas LGBTs conseguem ser violentas com seus parceiros porque já é um grupo muito estigmatizado. Mas é uma realidade bastante comum por causa da própria sociedade em que nós crescemos, a gente acaba seguindo padrões de masculinidade, valores como o de posse do parceiro, que se reproduzem entre casais homoafetivos”, diz.

Vinícius acredita que, apesar da gravidade de uma agressão desse tipo e do fato de poder ser considerada violência doméstica, os gays que passam por situações como essa devem procurar outros mecanismos legais em vez da Lei Maria da Penha. “O ideal é continuar usando essa lei para prestigiar a luta das mulheres, para evitar que suas reivindicações sejam apagadas”, opina. “Ainda assim, a vítima não ficaria desamparada: há leis gerais no Código de Processo Penal que dão conta da situação e podem exigir, inclusive, o afastamento do agressor.”

LGBTs têm dificuldade para reconhecer agressão vinda de seus pares

casal02A advogada Luanda Pires, integrante da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) e especialista em direito homoafetivo e de gênero, afirma que, muitas vezes, as próprias vítimas têm dificuldade de se reconhecer dentro de uma situação de violência doméstica.

“Os casais que vivem essa situação dizem que demoram para admitir porque não esperam que uma pessoa que também sofreu homofobia, que já foi vítima de agressões ou ofensas, possa praticar esses atos com um companheiro ou companheira”, explica.

Ela destaca que, entre lésbicas, a proteção da lei é mais explícita para essas situações, mas que homens gays também estão amparados legalmente. “É importante que as pessoas entendam que todos estão sujeitos, independentemente de orientação sexual, a passar por isso. Inclusive, tanto como vítima quanto como agressor ou agressora, porque, mesmo que tenha entendimento a respeito de direitos humanos, raça, gênero, a gente vem dessa construção social machista e acredita que, nas relações, sempre há alguém com mais força ou que pode se sentir ‘dono’ da outra pessoa”, diz Luanda.

“E ressalto que é importante observar o comportamento do parceiro ou da parceira desde as pequenas agressões de um relacionamento abusivo”, alerta. “Se a pessoa fala coisas que te ofendem, começou a te xingar ou deixar mal, já é o caso de procurar ajuda: pesquise na internet, busque uma rede de apoio ou coletivos ligados à causa LGBTQIA+. Assim, essa violência é reconhecida de forma mais rápida e a gente pode evitar que chegue a uma agressão física.”

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/06/16/violencia-domestica-tambem-existe-entre-casais-gays-entenda.htm

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View of the cross, the parking lot and crater at Masaya Volcano. The Masaya Volcano National Park comprises an area of 54 km² and includes two volcanoes and five craters. The volcanoes have erupted several times in history, and were feared by both the indigenous people and the Spanish conquerors. The Spanish baptized the active volcano “La Boca del Infierno” or “The Mouth of Hell”. They planted a cross, “La Cruz de Bobadilla” (named after Father Francisco Bobadilla), on the crater lip in the 16th century in order to exorcise the Devil.

Perdoar, em geral, não é algo fácil para a maioria das pessoas, por envolver muitos sentimentos: raiva, decepção, frustração, mágoa, rancor… Porém, após fatores como tempo, maturidade e diálogo entrarem em ação, é possível superar a dor e seguir em frente. No entanto, há muita gente que até consegue superar o sofrimento causado pelos outros, mas emperra na hora de desculpar a si mesmo por alguma atitude ruim ou omissão. Por que perdoar a si mesmo é ainda mais difícil do que perdoar alguém?

Segundo Silvia Cury Ismael, gerente de psicologia do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo (SP), quando perdoamos nos propomos a esquecer aquilo que aconteceu e deixamos de estar presos emocionalmente a quem nos fez mal. “Já o auto perdão tem a ver com a autoexigência que praticamos conosco e como encaramos os erros que cometemos. Se errar significa falhar, ser incompetente ou fraco, então fica difícil o perdão para nós mesmos”, explica.

Pessoas com excesso de autocrítica e sensibilidade à culpabilização têm maior dificuldade em revelar e desculpar os próprios deslizes. “Em alguns casos, é como se colocassem uma lente de aumento no erro cometido. Há uma supervalorização da falha e, consequentemente, uma elevação da crítica. A culpa, nessas circunstâncias, assume a função de autoflagelo, diferentemente da função positiva de reparação que poderia desempenhar”, observa Natalia Novaes Pavani Araújo, psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, também na capital paulista.

O sentimento de culpa, associado à empatia, é fundamental para o desenvolvimento humano e para todo o processo de auto perdão. De acordo com Araújo, faz parte da natureza humana a testagem dos comportamentos e, em boa parte das situações, não é possível prever resultados.

“Cometemos enganos e faltas ao longo da vida. Em contextos em que uma determinada postura gera um problema, a culpa surge como um mecanismo de aprendizado, ou seja, sua função é a reparação. A culpa gera um sentimento ruim, que nos mobiliza a pedir perdão, seja a alguém ou a nós mesmos, e nos faz adotar uma nova postura”, esclarece a profissional.

A psicóloga Cristina Borsari, membro do corpo clínico da BP (A Beneficência Portuguesa de São Paulo), lembra que a culpa é um sentimento doloroso, mas necessário para o movimento de auto perdão. “Ela promove aprendizagem e estimula o crescimento pessoal e emocional. É claro que não é fácil identificar e reconhecer erros, mas a reflexão conduz a uma melhor consciência das próprias atitudes”, explica. E esse movimento vale para os comportamentos futuros.

Não se perdoar é ficar refém do passado

As pessoas que não se perdoam tendem a eternizar alguns momentos e experiências. É como se ficassem presas ao que passou, num círculo infinito de dor e penitência. A vida parece que não evolui. “Quando o sentimento de culpa não é ressignificado e transformado em aprendizado, ele tira a alegria de viver. O auto perdão é um jeito de evoluir e mudar esse cenário. E mais: passar dia após dia sob o peso da culpa é um caminho para desenvolver transtorno de ansiedade e até depressão”, pontua Borsari.

Nos casos que a culpa é utilizada como um castigo há uma deturpação do seu uso. Em vez de a culpa servir como disparadora de um novo posicionamento, um jeito mais maduro de lidar com um problema, ela funciona como punição em um ciclo vicioso: quanto mais culpa se sente, maior dificuldade de se perdoar e assim por diante.

528840937O processo de perdoar é colocar o passado em seu devido lugar. “Se você recorre ao episódio problemático para trazer com ele toda a sua bagagem negativa, não está fazendo bem o exercício de posicionar o problema no passado. É como se ele e suas falhas aumentassem de tamanho e ficassem tão grandes que não existiria mais espaço simbólico para um bom presente e a possibilidade de um futuro saudável. Não existem ervas daninhas que precisamos cuidar, senão elas prejudicam plantas saudáveis? Sentimentos são semelhantes”, compara Araújo.

Na opinião de Ismael, alguns pontos da vida podem ficar estagnados. “A pessoa não evolui naquele contexto. Isso a impede de crescer com seus erros e insucessos e de evoluir. E pode, ainda, levá-la a ficar mais agressiva e impulsiva em situações nas quais se sente fragilizada ou exposta”, comenta.

Como desenvolver o auto perdão?

O primeiro passo para o auto perdão é fazer um exercício honesto de reflexão sobre o que realmente se deseja: seria a reparação, seja ela algo objetivo ou algo simbólico, ou a permanência num estágio anterior de culpa, correndo o risco de comportar-se de maneira vitimista? “Identificado o desejo de seguir adiante, pode-se fazer uma lista de ações de reparação. O que me ajudaria no auto perdão? Como eu gostaria de me sentir se já tivesse me perdoado? O que eu poderia fazer para me sentir dessa forma agora? Esses são alguns questionamentos que podem trazer respostas valiosas”, fala Araújo.

“Se aceitar como um ser humano falho também é fundamental. A compreensão de que todo mundo é passível de erros é essencial para assumir as respostas pelos próprios atos e aprender com isso. Nos perdoar significa limpar a própria mente e sintonizar com a melhor parte de nós, abandonando a vitimização”, endossa Borsari.

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/07/28/autoperdao-entenda-por-que-e-tao-dificil-desenvolve-lo-e-seus-beneficios.htm

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