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Hoje, gostaria de abordar um tópico sensível, mas crucial: enfrentar traumas e transtornos psicológicos. Como psicólogo, compreendo que essa jornada pode ser assustadora e desafiadora, mas também é um passo corajoso em direção à cura e ao bem-estar.
O Que São Traumas e Transtornos Psicológicos?
Traumas são experiências emocionalmente dolorosas e impactantes que deixam cicatrizes profundas em nossa mente. Isso pode variar desde eventos traumáticos únicos, como um acidente, até experiências mais complexas, como abuso ou negligência.
Os transtornos psicológicos, por outro lado, são condições de saúde mental que afetam nossos pensamentos, emoções e comportamentos. Isso inclui condições como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e muitos outros.
Os Desafios de Enfrentar Traumas e Transtornos Psicológicos
- Isolamento: Muitas vezes, aqueles que enfrentam traumas ou transtornos psicológicos podem se sentir isolados e incompreendidos e muitas vezes seus relacionamentos futuros são todos influenciados por essas marcas da vida. É fundamental buscar apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde mental.
- Estigma Social: Infelizmente, existe um estigma em torno das questões de saúde mental, o que pode fazer com que as pessoas se sintam envergonhadas ou relutantes em buscar ajuda. É importante lembrar que enfrentar essas questões não é sinal de fraqueza, mas de força.
- Desconforto Emocional: O processo de enfrentar traumas e transtornos psicológicos pode ser emocionalmente desgastante. Pode envolver reviver eventos dolorosos ou explorar sentimentos difíceis. No entanto, é parte do caminho para a cura.
O Caminho para a Cura
Embora enfrentar traumas e transtornos psicológicos seja desafiador, é importante lembrar que a recuperação é possível. Aqui estão alguns passos que podem ajudar:
- Buscar Ajuda Profissional: A terapia com um psicólogo ou psiquiatra especializado é um recurso valioso. Eles podem fornecer apoio, orientação e estratégias para lidar com os desafios.
- Construir uma Rede de Apoio: Compartilhar suas lutas com amigos e familiares pode ser incrivelmente fortalecedor. Eles podem oferecer amor, compreensão e encorajamento.
- Auto-Cuidado: Cuidar de si mesmo é essencial. Isso inclui descansar o suficiente, praticar exercícios físicos, alimentar-se bem e encontrar maneiras saudáveis de lidar com o estresse e cuidar para que a vida não pare em função desses cuidados.
- Paciência Consigo Mesmo: A recuperação não acontece da noite para o dia. É uma jornada que requer tempo e paciência.
Em resumo, enfrentar traumas e transtornos psicológicos é um desafio, mas não precisa e não deve estar sozinho nessa jornada. Com apoio, compreensão e ajuda profissional, é possível superar essas dificuldades e caminhar em direção à cura e ao bem-estar.
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“Dez vezes ao dia precisas rir e estar alegre, senão incomodar-te-á de noite o estômago, esse pai da aflição. “Esse trecho do livro “Assim falava Zaratustra”, escrito pelo filósofo Friederich Nietzsche no final do século 19, mostra como a relação entre as emoções e a saúde do corpo não é algo recente. A milenar medicina tradicional chinesa também diz que as doenças surgem quando há uma manifestação de desequilíbrio das energias Yin e Yang do corpo – que representariam um equilíbrio racional e emocional/intuitivo.
A primeira vez que notei o quanto as minhas emoções podiam afetar todo o meu sistema nervoso, digestivo e imunológico foi em 2017. Na época, viajei com um amigo ao Deserto do Atacama, no Chile, para uma incursão até a Bolívia, onde encontraríamos o Salar de Uyuni. No dia de voltar a Santiago, comecei a me sentir mal no aeroporto. Fui ao banheiro algumas vezes com uma forte diarreia. Já no Chile, nada de melhorar – pelo contrário, a diarreia piorou e meu estômago doía muito.
Numa situação como essa, o pensamento mais comum (e foi o que veio à minha cabeça) é de intoxicação alimentar. Não é nada estranho pensar que eu estava mal por causa de algo que comi nos lugares em que passei – alguns precários, no meio do deserto. Porém, meu amigo comeu as mesmas coisas que eu e estava se sentindo ótimo – inclusive, conheceu muito mais Santiago do que eu, que estava “ocupado” no banheiro.
O fator que faltava para solucionar a equação era o meu estado emocional. Eu vinha passando por um duro término de relacionamento e, durante a viagem, minha ex-namorada e eu discutimos por telefone. Foi um período duro e melancólico que fez com que aproveitasse muito menos do que gostaria aquela incrível viagem.
Como as emoções podem afetar o intestino
Após a viagem à Bolívia, foram incontáveis os quadros de diarreia, azia, cólicas, dor de estômago e prisão de ventre ao longo dos anos. Após muito tempo sofrendo com o problema, procurei ajuda médica e descobri que tenho síndrome do intestino irritável, doença que tem ligação direta com nossas emoções.
Um estudo publicado no Centro Nacional de Informação Biotecnológica, nos EUA, analisou 4.763 participantes para entender a relação da síndrome com o equilíbrio da mente. Os pesquisadores constataram que os pacientes que sofriam com o problema no intestino tinham maiores taxas de ansiedade, sintomas de depressão e angústia do que quem não apresentava sintomas da síndrome intestinal.
Diferente de outras doenças no órgão, como colite ulcerosa e doença de Crohn, a síndrome do intestino irritável (SII) é considerada um distúrbio funcional – ou seja, não é causada por uma inflamação crônica, como as outras citadas. “Na SII, há uma disfunção que interrompe o movimento normal dos alimentos pelo trato gastrointestinal, causando os sintomas relacionados. O problema pode produzir sintomas diferentes em pessoas diferentes e acredita-se que múltiplos fatores físicos e psicológicos estejam envolvidos no seu desenvolvimento”, descreve Susan McQuilan, mestre em ciências e nutricionista, em seu artigo Ansiedade SII: Como os distúrbios digestivos afetam sua saúde mental.
As doenças chamadas de orgânicas são aquelas que apresentam alterações químicas, bioquímicas, infecciosas etc. – como dor de barriga por pedra na vesícula, úlceras, inflamações e câncer. Já as funcionais, como a síndrome do intestino irritável, apresentam alterações diferentes das orgânicas tradicionais, como problemas de motilidade do intestino (capacidade dos intestinos de realizarem movimentos peristálticos para expelir o bolo fecal), de sensibilidade, alterações de expressão dos neurotransmissores etc.
“Nós possuímos ‘scanners’ no nosso intestino que monitoram tudo que se passa dentro dele, como identificar as bactérias presentes, os tipos de alimento que se ingere e assim por diante. Quando esses receptores notam alguma alteração das bactérias intestinais, são estimulados e a informação é passada para um nervo que leva o sinal até o cérebro, que filtrará a informação e mandará a resposta para o intestino, alterando a sensibilidade do órgão, secreções etc.”, explica Ricardo Barbute, gastroenterologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
“Esse eixo funciona de forma anômala em quem tem síndrome do intestino irritável, exemplo clássico de doença funcional. O cérebro vai interpretar as informações que vêm do intestino de forma diferente, com maior sensibilidade ao que acontece no intestino, então são gerados os sintomas do problema. E essa sensibilidade é ainda maior em que está deprimido, ansioso, cansado”, completa.
O que veio primeiro?
Barbute explica que, apesar de as alterações psicológicas e psiquiátricas serem comuns em quem sofre de síndrome do intestino irritável, elas não são as causadoras do problema. São as alterações genéticas que predispõem o aparecimento da SII. “As alterações psicológicas e psiquiátricas são comuns, mas elas não geram nem explicam os sintomas, apenas os modulam em quem sofre com síndrome do intestino irritável. Resumindo, ninguém tem a doença porque é estressado, mas sendo estressado, vai ter sintomas do problema de forma mais intensa e frequente.”
Luiz Scocca, psiquiatra do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e membro da APA (Associação Americana de Psiquiatria) complementa. “Não está totalmente claro como o estresse, a ansiedade e a síndrome do intestino irritável estão relacionados. O que os estudos mostram é que eles podem acontecer juntos com grande frequência – cerca de 60% dos pacientes com sintomas da síndrome também mostram ter um (ou mais) problema psiquiátrico”, fala o especialista.
Segundo ele, a relação estreita entre o sistema nervoso e o intestino acontece desde que as primeiras células do organismo são formadas, fazendo com que se comuniquem “para o bem e para o mal, sempre”. Também parece haver uma grande influência do sistema imunológico na síndrome, sendo que ele também é afetado por estresse e depressão. “É uma conexão inquestionável.”
Em busca de equilíbrio nutricional e emocional
Muitas pessoas afetadas pela síndrome do intestino irritável não procuram atendimento médico. “Aproximadamente 40% dos indivíduos que atendem aos critérios de diagnóstico da doença não têm um diagnóstico formal”, aponta Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês. A SII está associada ao aumento dos custos com assistência médica e é a segunda maior causa de absenteísmo no trabalho. “Nos Estados Unidos, ela é responsável por 25% a 50% de todos os encaminhamentos para gastroenterologistas”, completa Zilli.
O problema está associado a outras condições, como fibromialgia, síndrome da fadiga crônica (também conhecida como doença de intolerância ao esforço sistêmico), doença do refluxo gastroesofágico, dispepsia funcional, dor no peito não cardíaca e distúrbios psiquiátricos, incluindo depressão, ansiedade e somatização. “O estresse emocional e as refeições podem agravar a dor. Pacientes com SII também relatam frequentemente inchaço abdominal e aumento da produção de gás na forma de flatulência ou arroto”, continua o médico do Hospital Sírio Libanês.
Sintomas nada agradáveis e que oferecem problemas não só em curto prazo, como para toda a vida – e que merecem atenção. Para o tratamento, é importante procurar um profissional e individualizar a estratégia nutricional, além diagnosticar deficiência de nutrientes.
Pacientes com SII podem se beneficiar da exclusão de alimentos conhecidos como FODMAPs – fontes de oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis. Entram nessa lista feijão, couve, trigo, brócolis, cebola, frutas e muitos outros alimentos. “Em alguns casos, também pode ser recomendado evitar a lactose e o glúten, como prevenção”, complementa Zilli.
Além disso, faz parte do processo de tratamento um olhar mais cuidadoso e profundo sobre o estado emocional. O paciente precisa buscar mudar alguns padrões de pensamento e entender as emoções e como controlá-las, por meio de terapias, consultas psiquiátricas, meditação, ioga, atividade física e tudo que ajuda a trazer bem-estar.
Para Scocca, essa é parte essencial do tratamento. “Não há como tratar o transtorno em longo prazo sem a combinação das mudanças de hábitos. O paciente necessitará de remédios de várias famílias – de antidepressivos a antibióticos, de fibras sintéticas a probióticos – mas terá que lidar com a ansiedade por meio de exercícios físicos leves e constantes, relaxamento, respiração, massagem, além de melhora da qualidade de vida.”
Segundo Barbute, mais de 70% dos pacientes com SII mostram melhora com uma dieta correta, baseada no baixo consumo de FODMAPs e com o tratamento dos sintomas psicológicos. Mas, em alguns casos, há necessidade de tratamento medicamentoso, como antispamóticos e antidepressivos.
“Os antidepressivos têm ação direta no intestino mexendo com a secreção de serotonina – 95% da serotonina do corpo está no intestino. Qualquer antidepressivo tem ação intestinal e normalmente usamos em doses menores do que as psiquiátricas.”
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Há mais de um significado para o conceito de “sombra” na personalidade, mas antes de esmiuçá-los é importante avisar: todas as pessoas o têm, o que as difere é a maneira com que lidam com ele. “Ter ou não ter um lado sombra não é uma escolha. Ele faz parte de todos nós, se desenvolve a partir das experiências acumuladas ao longo da vida e pode tomar contornos bastante negativos, caso optemos por ignorá-lo”, diz a psicanalista Gisele Gomes, professora de Teoria Psicanalítica Freudiana na RNA Clínica e Escola de Psicanálise, em São Paulo (SP).
A ideia tem origem na psicologia analítica desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961). A sombra é tudo o que foi negado, reprimido ou ainda permanece desconhecido pelo indivíduo e está recalcado – ou seja, reprimido – em seu inconsciente, o que também torna sua definição ligada aos estudos do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939).
De um modo mais simples, podemos definir a sombra como aquele lado da personalidade que acolhe instintos que insistimos em controlar, como a raiva, o ódio e a inveja, entre outros. “Todos nós temos em nosso inconsciente o bem e o mal, mas conhecemos a essa face sombria quando começamos a tornar consciente aspectos que consideramos ‘ruins’ ou ‘errados’, seja por questões educacionais, culturais ou sociais. A sombra é um ‘eu escondido’ cujas manifestações são rejeitadas por nós a todo o tempo”, afirma a psicanalista Andréa Ladislau, do Rio de Janeiro (RJ).
Mesmo reprimido, ele se manifesta
Segundo Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo clínico do IP-USP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo), a sombra é algo escondido na vida inconsciente e que, por ser assustador, fica à parte da personalidade. “O crucial não é identificar quando esse lado sombra se desenvolve, mas sim o que fica desintegrado da nossa personalidade e por quê. O que não é elaborado pode surgir como um comportamento estranho, um sintoma, que não pode ser compreendido somente pelas formas racionais de conhecimento, pois envolve os aspectos inconscientes de nós mesmos”, afirma.
Assim, o que rejeitamos em nós mesmos pode vir à tona em algum momento – pensamentos, emoções e impulsos que podem dolorosos, vergonhosos ou tóxicos demais para aceitar. Ressentimento, ciúme, mágoa ou inveja, só para citar alguns exemplos, de repente explodem na forma de atitudes nocivas, conflitos, agressões verbais e até violência física. É fundamental combater o sentimento de culpa por perceber nosso lado sombrio, uma vez que ele também faz parte de nosso ser.
“A questão é controlar e equilibrar para não fugir do que, culturalmente ou socialmente, é considerado ‘normal’ e ético para nossa vivência, sem trazer prejuízos para os outros e para nós mesmos”, fala Ladislau. Se deixarmos a sombra nos dominar e determinar nossos atos, podemos ceder espaço para manifestações neuróticas ou psicóticas, alimentando uma essência maléfica.
Como lidar com isso?
Na opinião de Gomes, o efeito sombra pode ser sutil ou brutal – tudo depende de como as pessoas lidam com esse lado não consciente e imprevisível. “Para exemplificar, todos os dias as pessoas vivenciam algo que lhes traz algum tipo de ‘incômodo’, não é mesmo? Ou seja, convivemos com alguém que não nos agrada em nosso trabalho; assistimos com revolta fatos violentos como um assalto, um homicídio ou um feminicídio; acompanhamos assustados milhares de brasileiros em negação em relação à pandemia do novo coronavírus. Todas essas vivências trazem à tona, mesmo que brandamente, algo do nosso lado sombra, como o desejo de vingança contra um desafeto ou a vontade de exercer a justiça com as próprias mãos. Essas reações, drásticas ou meramente negativas, se originam nas sombras do nosso ser”, observa.
Uma forma de “eliminar” a sombra é jogá-la sobre ombros alheios. “Aquilo que rejeitamos ou não admitimos em nós mesmos também costuma ser projetado nos outros”, conta a psicóloga e psicanalista Gabriela Malzyner, professora do curso de Formação em Psicanálise do CEP (Centro de Estudos Psicanalíticos), em São Paulo (SP).
De acordo com Agostinho, algumas pessoas conseguem lidar melhor com o lado sombra do que outras por apresentarem mais facilidade para entrar em contato com o próprio mundo interno. “Pode ser que para elas o sintoma não seja a única forma de entrar em contato com o que se passa na mente e, assim, fica mais fácil se conhecer”, diz. Sob o ponto de vista do psicólogo, aceitar que há essa dimensão desconhecida em si mesmo pode ser uma boa forma de ficar de bem com o lado sombra. Aceitar que não conhecemos tudo, que não temos controle de tudo, que nem tudo está ao alcance da nossa compreensão seria, a meu ver, um bom começo”, aponta.
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Preocupação, ansiedade e estresse são sentimentos que fazem parte da nossa vida e, por provocarem algumas sensações parecidas, muitas vezes poder ser confundidas. E saber reconhecer cada uma dessas condições é importante, pois em excesso elas podem prejudicar a saúde física e mental.
“São sensações que estão sobrepostas, por isso identificar cada uma é importante para perceber se as suas reações são normativas ou excessivas”, explica Carolina Lisboa, docente em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). A seguir, explicamos como diferenciar a preocupação da ansiedade e do estresse e o que fazer para lidar melhor com esses sentimentos.
Preocupar-se é natural
Segundo Suely Guimarães, doutora em psicologia e pesquisadora na UnB (Universidade de Brasília), a preocupação é a atenção voltada para algo que demanda algum tipo de cuidado para ter uma consequência ou final desejado, ou para evitar algo indesejado. “São respostas naturais, sendo que algumas estão sob controle.”
Portanto, todo indivíduo tem pré-disposição a se preocupar com algo que pode acontecer. É aquele pensamento que não dá trégua com algum possível risco fazendo com que a pessoa se organize e até se previna. No dia a dia, a preocupação normativa não compromete a rotina, pode até causar algum incomodo sem provocar reações físicas.
Como lidar com a preocupação
– Imponha um limite para pensar na questão e depois desse prazo apenas procure redirecionar seus pensamentos para outras situações ou necessidades;
– Ao identificar a preocupação, observe o que pode ser feito para uma solução;
– Anote suas preocupações, afinal, listar tende a acalmar esses pensamentos repetitivos.
Controle a ansiedade
A ansiedade é uma preocupação com o futuro acentuada, que nem sempre faz sentido. “Se acontece em níveis exacerbados, ela pode se tornar patológica. Por isso, há ansiedade comum e o transtorno de ansiedade generalizada”, fala Guimarães.
De acordo com Luciana Siqueira, psiquiatra do Programa de Ansiedade do Ipq do HC-FMUSP (instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), a ansiedade é um sentimento desagradável com reações físicas como aperto ou desconforto no peito, coração acelerado, sensação de sufocamento. “Em situações de perigo ou de risco, a mente nos dá esses sinais e interpretamos em algumas circunstâncias a ansiedade como um estado de desequilíbrio emocional.”
Diferentemente da ansiedade normal, adaptativa e protetora, a ansiedade patológica paralisa, deixando o indivíduo suscetível aos agravos emocionais, sociais e físicos. Portanto, uma preocupação excessiva e persistente exige diagnóstico e tratamento. Normalmente esse tipo de ansiedade está associada aos eventos da vida cotidiana e é seguido de sintomas como irritabilidade, tensões musculares, insônia ou sono irregular, comprometendo o funcionamento profissional e/ou social e gerando grande sofrimento psicológico.
Como lidar com a ansiedade:
– Diminua estimulantes como cafeína, açúcar e álcool, que podem elevar ainda mais a ansiedade;
– Procure respirar para acalmar e interromper o ciclo de ansiedade;
Busque distrações como uma caminhada, uma música ou uma atividade lúdica para diminuir o episódio de ansiedade;
– Se o problema se tornar patológico, busque por ajuda médica e psicológica.
Gerencie e estresse
Já o estresse é uma resposta orgânica frente a alguma demanda percebida como ameaçadora, podendo causar problemas físicos quando acontece em grau exacerbado. “Implica necessariamente em respostas fisiológicas decorrentes da estimulação do sistema autônomo, que provoca a liberação de hormônios que, em quantidade maior, aumentam a taxa de batimento cardíaco e pressão arterial”, esclarece Guimarães.
O problema é que quando o estresse se torna prolongado, o aumento de seus hormônios, principalmente o cortisol, pode trazer problemas de saúde mental e física como irritabilidade, fadiga, baixa autoestima, queda da imunidade, hipertensão, ganho de peso. Quando chega a esse ponto, é importante buscar ajuda médica e psicológica.
Aliás, é importante reconhecer cada um desses sentimentos para que um não alimente o outro. Porque uma preocupação inicialmente irrelevante pode se tornar um estressor e gerar ansiedade, assim como um estado ansioso elevado pode provocar estresse.
Como lidar com o estresse:
– Faça atividade física regularmente. O exercício estimula a produção de neurotransmissores que relaxam e trazem bem-estar, ajudando a reduzir o nível de estresse no corpo;
– Pratique a aceitação, que implica em viver as situações de maneira adequada, sem a tentativa de confrontar, já que o agente estressor não pode ser removido;
– Aposte em técnicas de relaxamento, respiração diafragmática e meditação, que são muito úteis como auxiliares no manejo do estresse, reduzindo as respostas fisiológicas a ele associadas.
Fonte: htps://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/09/08/entenda-melhor-a-diferenca-entre-preocupacao-ansiedade-e-estresse.htm
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A prática da psiquiatria, assim como das outras áreas de saúde mental, dispõe de algumas peculiaridades em relação às outras áreas da saúde. Por um lado, nosso arsenal investigativo é bastante limitado, tendo em vista que grande parte dos exames subsidiários utilizados pela medicina nos é totalmente inútil. Os pacientes mais afoitos muitas vezes questionam se não é necessário algum exame para a confirmação do diagnóstico, e a resposta quase sempre é negativa. Por outro lado, nós dispomos de algumas habilidades que são únicas entre todas as áreas, e é principalmente nelas que nos baseamos para fazer os nossos diagnósticos.
Numa consulta médica comum, um médico vai basear seu diagnóstico numa entrevista e esses dados serão associados a um exame físico, que o levarão a algumas hipóteses e, consequentemente, ao tratamento. Em psiquiatria fazemos algo semelhante: existe uma história, o exame físico é bem menos importante (mas não de todo desnecessário) e temos também o famoso exame psíquico. O exame psíquico é um tipo de avaliação das capacidades emocionais da pessoa, baseada em dados sutis como: o jeito que ela fala, o assunto que ela fala, as emoções que transparecem e assim por diante.
Através do exame psíquico podemos avaliar uma série de características muito importantes, como por exemplo o humor, a ansiedade, o pensamento ou a capacidade de julgamento. No entanto existe um item do exame psíquico que é bastante peculiar. Digo peculiar porque não está em todos os livros de psicopatologia, e mesmo quando fazemos uma pesquisa sobre o assunto, pouca coisa é dita sobre ele. Esse item obscuro do nosso psiquismo é o que chamamos de campo vivencial.
Não sei quem desenvolveu o conceito de campo vivencial, mas seu grande difusor no nosso meio foi o professor Carol Sonereich. Nascido e formado na Romênia, veio ao Brasil nos anos 1960 e por aqui ficou, tendo sido o principal nome do serviço de psiquiatria do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo, onde formou uma escola única no pensamento de psiquiatria e psicopatologia. Entre suas diversas contribuições, uma das mais importantes é a luz que ele lança sobre o tal campo vivencial
O que vem a ser isso? Podemos descrever como o espaço onde nosso psiquismo atua. Se você já tentou meditar alguma vez deve ter percebido que nossa cabeça é uma fonte inesgotável de pensamentos, da mesma maneira que aquele vulcão Kilauea do Havaí, que há décadas não para de despejar lava montanha abaixo, nossa mente não para de despejar pensamentos e emoções para todos os lados. Acontece que não é todo mundo que pensa igual. E ainda mais, as doenças mentais podem mudar os nossos pensamentos.
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Algumas doenças fazem com que percamos o interesse nas coisas, como a depressão ou a doença de Alzheimer. Nesse caso podemos dizer que o campo vivencial se estreitou, porque a quantidade de coisas que fazem parte da nossa vida mental diminuiu, assim como a intensidade com que nos ligamos a elas. Num quadro de ansiedade também isso pode ser observado, com nossos pensamentos e emoções se ligando fortemente a assuntos em geral desimportantes (Vai chover? Será que vai ter trânsito? E se eu esquecer o horário?). Em geral estados patológicos levam a um estreitamento do campo vivencial.
O que não nos permite concluir que “quanto mais campo vivencial melhor”. Porque o melhor exemplo de campo vivencial expandido é certamente o estado maníaco bipolar. O bipolar se interessa por tudo, com grande intensidade, ele quer estar em todos os lugares em todos os tempos. Isso é muito grave porque afasta a pessoa da realidade, podendo em muitos casos ser fatal. Veja o caso do rapper Kayne West, que dizem que é bipolar. Na mesma semana lançou um disco novo, brigou com meio mundo (mulher e família inclusive), virou candidato a presidência dos EUA e botou parte da sua credibilidade em risco. Não sei se ele está em crise maníaca, mas o campo vivencial parece estar explodindo de tão grande, e isso é um grande problema.
Existem também aquelas pessoas que são adoradoras do utilitarismo e funcionam de uma maneira que lembra um estado maníaco, mas é artificial. Elas tem que aproveitar tudo, tem que viajar, fazer churrasco, estar em todos os lugares, tirar fotos em todos os lugares. Mas nesse caso o funcionamento em geral é neurótico, porque elas são compelidas na verdade por um sentimento de culpa que diz: “você está perdendo algo importante”.
Isso talvez seja uma reação, porque nosso estilo de vida atual nos compele para uma rotina de duas notas que são: trabalho/consumo. Se você trabalha e consome você só faz duas coisas da sua vida, logo seu campo vivencial muito provavelmente é estreito. Com a quarentena a tendência é que ele tenha piorado, virando algo como: tarefas domésticas/consumo (menos). Ou home office/noticiário covid-19. E aí a gente pergunta se esse campo vivencial reduzido é consequência dos problemas mentais ou se ele não é a própria causa da perturbação.
Não sei ao certo, mas parece que temos que esticar isso aí. A duras penas, como todo alongamento, temos que fazer com que nossa mente ocupe, ou reocupe, terrenos que são nossos por desejo e por direito. A gente quer estar com as pessoas, com a nossa família, sentar na calçada e ver a Banda de Ipanema.
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Ser humano é tomar decisões erradas, propositalmente ou não. Fazer algo imprudente, ou para o qual não está devidamente preparado, negligenciando partes importantes, sob influência de drogas ou tudo isso junto, não importa: ser humano é ser imperfeito, é ter sido injusto ou até se acovardado. E arrepender-se é algo que nos faz humanos. Todo mundo se arrepende na vida. E tudo bem.
“Quando cometemos erros ou escolhas consideradas erradas, o arrependimento pode servir de um aprendizado sobre nós e sobre o outro, gerando um sentimento de responsabilidade e cudiado”, afirma Audrey Setton, psicóloga e psicanalista, secretária-adjunta da diretoria da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo).
Se o arrependimento for usado apenas como culpa e como autorrecriminação ele gera menos valia e depressão, não permitindo a expansão do que a psicanálise chama de “aprender com a experiência”. Pode ser que uma pessoa realmente arrependida pague caro com seus sentimentos por um bom tempo.
“O arrependimento pode ter a função de acabar com a sua energia para vida ou te fazer melhor, dependerá do que você vai fazer com seu sentimento”, analisa Luiz Carlos Scocca, psiquiatra e médico colaborador pelo hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (HC/FMUSP). Assim, complementa, dependendo do que faz, o arrependimento pode destruir sua saúde mental, mas pode também te deixar mais forte, na medida que mostra o quão humano você é e o quanto pode melhorar.
Quer usá-lo de um jeito positivo? Reunimos cinco dicas para isso a seguir:
Aceita que dói menos
Um estudo feito por pesquisadores chineses, publicado no The Journal of General Psychology concluiu que o arrependimento gera um esfotamento mental, enquanto quando utilizado de forma positiva, acontece o oposto. O estudo mostrou que o arrependimento prejudicou o desempenho em tarefas subsequentes. Além disso, encontrar benefícios nos eventos que provocam arrependimentos melhorou o desempenho nas outras tarefas seguintes. Ou seja, após o primeiro sentimento de negação, a análise e compreensão do ocorrido, seguido pela aceitação e as possibilidades de mudanças, mudaram os sentimentos das pessoas em relação aos acontecimentos que geraram os arrependimentos.
Desapegue e deixe ir
Arrependimentos podem ser torturantes. Ainda mais quando se tornam uma ideia ou pensamento fixo. “Uma pessoa presa em um ciclo de arrependimento devido à sua rigidez e inflexibilidade não sairá do lugar, tamanha a energia mental que isso exigirá”, explica Scoca. Reconhecer que o que está feito está no passado e não existe a possibilidade de voltar no tempo é a maneira mais sensata de seguir em frente. Deixe o passado onde ele deve estar e deixe ir os sentimentos negativos: se não é possível voltar, é possível trilhar um novo caminho, com os aprendizados e sentimentos obtidos. O arrependimento pode mostrar o que não fazer ou repetir no futuro.
Mude os hábitos para não cometer sempre os mesmos erros
Já aconteceu com você de ter de acordar às 06h da manhã e ficar até às 03h navegando na internet ou assistindo TV? Ou ainda ir ao supermercado comprar todas as besteiras que você sabe que irá devotar tudo de uma vez e que não te fazem bem? Aí depois você se arrepende e pensa: nunca mais faço isso. Mas não demora muito e lá está você novamente agindo da mesma forma. Essas condutas roubam enorme energia.
Analise esses comportamentos nocivos e aprenda como funcionam suas armadilhas. “Isso é aquisição de autocontrole e aqui o arrependimento pode te ajudar a gradualmente mudar esses hábitos que te incomodam ou prejudicam”, orienta Scocca.
Desconfie da negação
Quem diz que não tem arrependimentos, é possível que esteja perdendo uma grande oportunidade de ser melhor, pois está em negação. “Sempre desconfie da negação” É um dos mais primitivos mecanismos de defesa e pode impedir o crescimento”, diz Scocca. Mesmo para grandes questões, exemplifica o psiquiatra, como “trabalhei demais e não vi meus filhos crescerem”, ou “comecei tarde demais a preparar minha aposentadoria”, ou ainda “fiquei tempo demais naquele relacionamento tóxico”, é importante lembrar que errar e se arrepender são fatos e emoções humanas e que nunca é tarde para você. “Ainda que só reste o arrependimento, é possível carregá-lo, porque, novamente, é humano. Acredite que sempre está aprendendo, mesmo quando for bem velhinho estará aprendendo. Acredite que é capaz. Você não acredita mesmo que só fez escolhas erradas na vida, não é?”, indaga.
Respeite o tempo
Dar tempo para o arrependimento acontecer também é importante. Demora menos para se arrepender de não ter trazido o guarda-chuva do que ter alugado aquele apartamento que tem tanto barulho à noite. É muito difícil mudar hábitos, como ficar demais no computador, ou no celular, por exemplo. A dica do Scocca é agir como se você tivesse feito um trato: o de ir mais cedo para cama sem nenhum aparelho e tente pensar no conforto de fechar os olhos, ouvir uma música sua e a delícia de cair no sono. Mas tente fazer isso gradualmente. “Não vai te impedir de errar de novo. Mas, aos poucos, vai fazer uma mudança na maneira como você pensa, te ajudará a ganhar melhores hábitos e, talvez, quem sabe um pouco – é o que lhe desejo – se perdoar”, conclui.
Pare para pensar que todo mundo já errou, erra e errará, como você. Seus ídolos, seus heróis, todos erram. A soma de seus erros e arrependimentos é o que te trouxe até aqui, até onde você está agora e ajudaram a construir a pessoa que você é hoje. Valeu a pena para você? Se sim, você conseguiu transformar o arrependimento de algo que não te agradou em algo positivo. Mas se a pessoa que você é ou se onde você está não te agrada, mude. Reveja todos os seus arrependimentos e os utilize para ajudar a construir a pessoa que você quer ser ou em que lugar você quer estar no futuro.
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